Bieleta, barra estabilizadora e buchas: entenda como fazer um bom diagnóstico
O conjunto de suspensão é um dos sistemas que mais leva clientes às oficinas mecânicas. As ruas esburacadas e a geografia do nosso país fazem com que essas peças sejam muito exigidas, principalmente a bieleta, barra estabilizadora e buchas. Mas fazer um diagnóstico preciso dos problemas na suspensão pode não ser uma das tarefa mais fáceis na rotina de um mecânico.
Existe grande variedade de peças a serem avaliadas, entre as que compõem o sistema e as que são conexas a ele — além de outras que podem ser causadoras de ruídos e vibrações. Neste texto, vamos apresentar algumas dicas valiosas para ajudar você a ter mais sucesso na identificação precisa do defeito. Veja por onde começar!
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Ouça o cliente com atenção aos detalhes
Para a maioria dos proprietários de automóveis, um pequeno barulho pode se tornar um incômodo insuportável. Por isso, é preciso demonstrar interesse e ouvir com muita atenção cada detalhe enquanto ele estiver explicando o problema. Em muitos casos, pontos que parecem insignificantes a princípio são determinantes no diagnóstico.
A atenção e a rigorosidade das anotações nessa fase podem economizar muito tempo, facilitando o diagnóstico e garantindo que o cliente ficará satisfeito. Então descreva na ordem de serviço todos os detalhes do que ele falou, que facilitem a compreensão do defeito.
Invista no teste de rodagem
Nos problemas que envolvem o sistema de suspensão, o teste de rodagem é indispensável. É muito importante que o técnico acompanhe o cliente em um trecho em que seja possível identificar os indícios do defeito.
O teste deve durar até que o barulho ou a vibração sejam bem compreendidos. Se for possível, peça ao cliente para que você esteja à frente da direção para ajudar na identificação desses problemas.
Alguns defeitos aparentes podem ser simplesmente uma característica das peças daquele automóvel específico e serem impossíveis de serem reparadas, mesmo utilizando peças originais. Toda informação colhida nessa fase será de grande utilidade — então, fique atento!
Verifique problemas de funilaria e tapeçaria
No primeiro contato e no teste de rodagem, é possível que você já comece a suspeitar de que a reclamação do cliente está ligada a defeitos na funilaria e na tapeçaria do veículo, em vez de problemas no sistema de suspensão. Às vezes, coisas simples e impensáveis podem causar incômodos enormes.
Uma folga no encaixe das peças de funilaria, principalmente capô e para-lamas, pode causar o rangido de que o cliente reclama. Peças mal encaixadas dentro do veículo, que tenham sido substituídas ou se soltado depois de uma batida, também costumam resultar em barulhos e vibrações.
Faça uma análise detalhada
Depois de colher todas as informações possíveis e de eliminar as possibilidades fora do sistema de suspensão, você deve passar para a análise do conjunto. Nesse momento, é preciso tomar alguns cuidados para não cometer nenhum erro que possa levar à substituição de peças sem que o problema seja resolvido. Veja como proceder.
Bieleta
A análise visual é muito importante, sem dúvida. Muitos problemas são facilmente identificados por meio de uma inspeção visual da peça. Mas outros requerem uma observação mais atenta e até mesmo o uso de instrumentos. É importante conhecer em detalhes o componente e fazer a medida precisa para identificar folgas nos encaixes da bieleta.
Nesse momento, a falta de atenção pode ser uma terrível inimiga e acabar comprometendo todo o diagnóstico. Suspender o carro pelo chassi, por exemplo, tira todo o peso e mascara defeitos no sistema de suspensão. Por essa razão, é indispensável que a avaliação seja feita com as rodas do veículo no solo. Uma boa dica é utilizar um fosso ou outro sistema de elevação que mantenha o carro tocando o chão.
Barra estabilizadora
Um defeito mais complicado de identificar é a presença de folgas nas buchas da barra estabilizadora, já reparou? Por isso, seja bastante cuidadoso na avaliação e movimente o conjunto durante a inspeção. Verifique individualmente cada uma das buchas, tendo a certeza de que estão encaixadas corretamente e não perderam suas características pelo uso.
Buchas
As buchas não podem ter sua importância menosprezada. É preciso avaliar com muito cuidado todas as buchas que compõem o sistema de suspensão, como as instaladas na bandeja e nos batentes e coxins dos amortecedores. Avalie se elas mantêm suas propriedades e se estão posicionadas corretamente.
Verifique peças conexas e periféricas
Além da bieleta, barra estabilizadora e buchas é importante descartar defeitos em peças que estão conectadas a elas ou que estejam instaladas próximas do sistema de suspensão. Veja o que conferir!
Pivô
O problema mais comum que pode acontecer com o pivô é a danificação da coifa de proteção. A contaminação por poeira, água e todo tipo de sujeira cria um desgaste que leva à deterioração prematura do componente. Se você verificar qualquer dano na coifa, realize imediatamente a troca do pivô.
Terminal axial
O sintoma mais comum de problemas no terminal axial da direção é a presença de ruídos durante manobras com partes batendo durante o giro da direção. Essa peça tem uma função determinante na condução e um problema nela pode levar a acidentes graves. Avalie se há a necessidade de substituição dessa peça sempre que examinar o conjunto de suspensão.
Caixa de direção
Essa parte do conjunto de direção é bastante robusta e dificilmente apresenta problemas graves. Defeitos no terminal axial e pouco fluido de lubrificação são exemplos de condições que podem confundir o técnico no momento da análise. Então, já sabe, não é? Descarte outros problemas antes de proceder uma análise mais minuciosa ou a troca desse componente.
Cruzeta
A cruzeta pode estar com folga. Quando isso acontece, ela pode bater e criar barulhos no momento das manobras ou em pisos irregulares. Ao realizar a análise, faça movimentos no volante e avalie se a peça está funcionando corretamente.
Analisando todos esses componentes e tomando os cuidados recomendados, o seu diagnóstico será mais preciso e o problema do cliente poderá ser resolvido na primeira visita à sua oficina. Isso é fundamental no índice de satisfação e na fidelização deles. Então, fique atento e não permita que um diagnóstico precipitado comprometa a imagem da sua empresa.
Aproveite para deixar o seu comentário sobre problemas e diagnósticos surpreendentes de soluções na bieleta, barra estabilizadora e buchas. Assim, você poderá trocar experiências com outros mecânicos e, quem sabe, até ajudar um colega em dificuldades.
Gostaria de por tudo na lata em meu carro!
Fantásticas essas dicas. Conhecia a Nakata através do Café Brasil.
Como funciona esse curso on LINE e gratuito gostaria de saber. Sou mecânico e tenho oficina própria .
Vim pelo café Brasil.
Interessante a matéria, recentemente troquei toda a suspensão traseira do meu carro. Iria fazer uma viagem longa e por isso, na revisei, optei por verificar estes itens. Costumo fazer viagens longas, a última foi 5.000km ida e volta, de Carajás em Parauapebas no Pará para Aracaju em Sergipe.
Quero saber se tem alguma ferramenta para testar pivô no veiculo e bieletas ?
Olá!
Poxa, infelizmente esta pergunta não faz parte da nossa área de atuação, então não podemos te dar uma resposta precisa para tirar a sua dúvida. Nosso conteúdo é produzido por jornalistas especialistas para trazer uma maior e melhor quantidade de conteúdos para nossos leitores.
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Oi, Jairo!
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