Interpretação de diagramas elétricos: descubra agora como fazer!
A interpretação de diagramas elétricos e eletrônicos é um grande desafio para a maioria dos mecânicos. Esses materiais — que são produzidos pelas próprias montadoras ou empresas especializadas — costumam ser bastante específicos nas orientações sobre certos defeitos, além de usarem uma linguagem visual própria e sem muita padronização.
Neste post, vamos ajudá-lo a entender a estrutura básica dos diagramas. Siga em frente!
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O que são os diagramas elétricos e eletrônicos
São representações gráficas das conexões entre os componentes elétricos e eletrônicos de um veículo. Com a evolução da tecnologia, cada vez mais os automóveis utilizam esses tipos de componentes para oferecer praticidade, conforto e segurança aos motoristas.
Como você bem sabe, hoje, praticamente todas as partes de um carro — desde a suspensão, passando pelos freios, a transmissão, até chegar ao motor — contam com módulos, sensores, cabos, conectores e muitas outras peças que ajudam os conjuntos mecânicos a funcionarem corretamente.
É por isso que saber fazer a leitura correta dos diagramas é tão importante para um mecânico: eles servem como uma espécie de mapa, guiando o profissional na direção do pleno entendimento de como funcionam os principais sistemas de um veículo moderno.
Aprender a ler essas indicações corretamente facilita a localização dos defeitos, reduzindo o tempo necessário para se realizar os reparos. O resultado é uma maior produtividade, a satisfação dos clientes e, é claro, mais reconhecimento para seu trabalho.
Como interpretar as informações
Para quem não trabalha com elétrica e eletrônica, a interpretação dos diagramas costuma ser um tanto trabalhosa. Para complicar ainda mais, essas representações são bastante diversas entre si. Cada marca costuma adotar um padrão visual próprio, com desenhos e orientações que muitas vezes são bem diferentes dos outros concorrentes.
Entre os principais problemas enfrentados pelos mecânicos na hora de usar esses documentos, destacam-se:
- a falta de padronização entre os diagramas;
- o idioma em que os diagramas estão escritos;
- a dificuldade de acesso aos diagramas originais.
No entanto, a interpretação desses diagramas é fundamental para se realizar um trabalho de qualidade. Com o uso dessas referências, o profissional da reparação consegue chegar mais fácil na fonte do problema, resolvendo a falha de uma vez e não apenas a sua consequência. Veja, a seguir, os principais passos para uma boa interpretação.
Encontre o módulo central
A identificação do módulo é a primeira coisa a ser feita na leitura e interpretação dos diagramas. Ele costuma ser identificado com um retângulo cinza no centro da página que explica o sistema em questão, seja a injeção, o ABS, o airbag ou qualquer outra parte.
Identifique os pinos do módulo
Identificado o módulo, é hora de encontrar os pinos. Formado por letras e números — por exemplo, C11 — os pinos indicam o conector (no nosso exemplo, C) e o endereço do pino (no exemplo, 11).
Veja quais são as cores dos fios
As cores costumam ser identificadas por siglas. Confira as principais:
- AM — amarelo;
- AZ — azul;
- BG — bege;
- BR — branco;
- CZ — cinza;
- LR — laranja;
- PT — preto;
- VD — verde;
- VM — vermelho.
Localize os componentes
Além disso, é fundamental conhecer mais a respeito das simbologias para sensores e componentes. A simbologia elétrica básica inclui itens como aterramento, bateria, diodo, lâmpada, led, fusível, módulo central, resistência, interruptor e diversos outros. Esse conhecimento é essencial para saber interpretar um diagrama da forma correta.
Mas não esqueça: esse padrão não é usado por todas as montadoras. É possível que você acabe se deparando com diagramas elétricos que sejam um tanto diferentes.
Principais símbolos encontrados
Veja a seguir quais letras representam cada componente presente nos diagramas elétricos e eletrônicos.
Disjuntor
Dispositivo de proteção do circuito principal, a exemplo dos usados nas nossas casas. É representado pela letra “Q”.
Bobina do contator
Ao receber a corrente elétrica, cria um campo magnético que faz com que os contatos mecânicos se movimentem. A letra “K” é usada para representá-lo.
Fusíveis
São dispositivos de proteção contra sobrecarga elétrica. Nos diagramas são identificados pela letra “F”.
Motores
Os veículos modernos contam com várias unidades, dos mais diferentes tipos. Para localizar cada um deles, procure pela letra “M”.
Relés temporizadores
São dispositivos que retardam por um tempo determinado o acionamento de algum sistema. São simbolizados pela letra “D”.
Sinais luminosos
São usados principalmente para indicar as condições de um circuito elétrico ou eletrônico. São representados pela letra “H”.
As centrais eletrônicas
Hoje em dia, todos os carros contam com, pelo menos, uma central eletrônica. Esse tipo de microcomputador é conhecido como ECU, uma abreviação do inglês Electronic Control Unit. Embora o desenho das centrais varie bastante, dependendo do modelo e do fabricante do automóvel, todas elas contam com um sistema de gestão de anomalias.
Sempre que a ECU detecta um problema mais grave, uma luz acende no painel — a chamada MIL (Malfunction Indicator Lamp) — indicando em qual sistema está localizada a falha. Esse deve ser o ponto de partida do mecânico para iniciar o reparo. Confira outras situações bastante comuns em que a central costuma falhar e como resolvê-las.
Verifique os chicotes elétricos
Uma primeira dica é verificar a integridade dos chicotes do veículo. Além de levar energia aos componentes, esses cabos também transmitem as informações necessárias para o perfeito funcionamento de todos os sistemas elétricos e eletrônicos.
Como são componentes um tanto delicados, com o passar do tempo costumam apresentar falhas, causadas principalmente pelo calor e a trepidação. Para avaliá-los da forma correta, além do multímetro, use também um osciloscópio automotivo.
Teste as alimentações da central
Outro item que pode ser testado na identificação de problemas são as alimentações das centrais eletrônicas. Como você sabe, o alternador e a bateria são os principais responsáveis por alimentar a ignição, a injeção eletrônica, os freios ABS e muitos outros conjuntos do carro.
Qualquer mau contato ou funcionamento irregular nesse suprimento de energia prejudicará o funcionamento desses sistemas. Na maioria das vezes, as falhas são detectadas pela central eletrônica, que dará um alerta para o motorista ou avisará durante uma checagem com o scanner.
Gostou de saber um pouco mais a respeito da interpretação dos diagramas e dos problemas elétricos e eletrônicos? Então, o que acha de também aprender como funciona o controle eletrônico de estabilidade usado na frota nacional?
muito bom