Velas de ignição: diferenças, vantagens e desvantagens
Moto com dificuldade de partida, alto consumo de combustível ou falhas na aceleração pode ser sintoma de vela de ignição desgastada. A recomendação dos fabricantes é fazer uma verificação rotineira a cada 6 meses ou 3000 km no conjunto vela-cachimbo, para checar se há carbonização ou desgaste da vela, e trincas ou rachaduras no cachimbo.
A vela de ignição é responsável em produzir a centelha necessária para detonar a mistura ar-combustível no motor e tem vida útil de aproximadamente 12.000 km, no caso das velas convencionais.
O motivo da menor durabilidade em relação a um automóvel é explicado pelo regime de rotação do motor. Enquanto o motor do carro tem rotação de torque na faixa de 2,5 mil a 5 mil rpm, nas motos varia de 6 mil a 9 mil giros, no caso de baixa cilindrada, e de 9 mil a 12 mil giros, para média e alta cilindrada.
Os fabricantes de velas oferecem velas com diferentes tecnologias para as motos, dependendo do modelo e ano de fabricação, resumindo-se em convencionais, resistivas e de irídio.
Motos carburadas normalmente utilizam velas convencionais, enquanto as com injeção eletrônica, utilizam as resistivas, por oferecer melhor isolamento contra interferências a equipamentos externos. Para alguns modelos de motocicletas, tanto carburadas quanto injetadas, há a opção das velas de irídio.
Convencional x irídio
A maioria das motos sai de fábrica com vela convencional ou resistiva, principalmente as de baixa cilindrada. Esse tipo de vela apresenta baixo custo de aquisição e oferece boa durabilidade.
Algumas motos de alta cilindrada saem de fábrica com velas de irídio, que são bem mais caras do que as convencionais, porém apresentam durabilidade quatro vezes superior. Outra vantagem das velas de irídio é o desempenho do motor, que fica com acelerações mais rápidas e marcha lenta mais estável, assim como menor consumo de combustível.
Esses mesmos benefícios também são percebidos ao se utilizar vela de irídio em motos de baixa cilindrada monocilíndrica, que saem de fábrica com vela convencional. Apesar do elevado custo de aquisição, o uso de vela de irídio nas motos monocilíndricas representa uma segurança extra, pois uma vela muito desgastada impede a partida do motor.
Diagnóstico pela vela
Em caso de desgaste prematuro da vela de ignição, o motociclista deve ficar atento a outros defeitos no motor. Uma vela com desgaste normal, apresenta eletrodos arredondados, aproximadamente após 12.000 km, no caso das velas convencionais, ou 45.000 km, nas velas de irídio.
Ao remover a vela para inspeção, é possível fazer uma checagem visual do estado do componente. Se a ponta da vela estiver escura e seca trata-se de gasolina não queimada ou injetada em excesso. Etanol não gera resíduo de carvão. Dificuldade de partida, falha de ignição, aumento de consumo, fumaça e resíduos negros no escapamento são indícios desse problema, que é causado por mistura rica, pressão de linha muito alta, combustível de má qualidade ou aplicação incorreta da vela ou com folga excessiva.
Já se o aspecto da vela for de resíduo de carvão na ponta com aspecto úmido, pode ser contaminação de óleo lubrificante causado por desgaste, folga excessiva ou até mesmo quebra de anéis do pistão. Outro motivo mais simples pode ser óleo de viscosidade incorreta ou combustível de má qualidade.
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Texto por Alexandre Akashi