O motor de partida está arrastando? Saiba identificar os sinais
Ligou o seu carro (ou moto) e percebeu que o motor de partida está devagar ou fazendo uns barulhos estranhos? Fique calmo! Esses defeitos costumam ter soluções muito mais simples do que você imagina. Mas é importante procurar um especialista, para verificar o que realmente está acontecendo e fazer uma manutenção perfeita.
Preparamos este texto para que você entenda as possíveis falhas que podem fazer um motor de partida “arrastar”. Também vamos explicar, peça por peça, como funciona esse componente e quais são os cuidados importantes para deixar sempre tudo em ordem. Gostou do assunto? Siga com a gente!
Como funciona o sistema de partida
Podemos dizer que o motor de partida (também chamado de motor de arranque) é um dos itens mais importantes de um veículo. Ele transforma a energia elétrica em mecânica, possibilitando o movimento inicial do motor de combustão interna.
O componente tem um eixo com uma pequena engrenagem na ponta (o pinhão), que é o responsável pela conexão com outra engrenagem muito maior (a cremalheira), instalada no volante do motor.
Nos carros e caminhões, por exemplo, quando giramos a chave ou apertamos o botão de partida, a eletricidade da bateria chega ao relê solenoide (conhecido como “automático” ou “chave magnética”), que realiza um efeito de alavanca no impulsor. Dessa forma, o pinhão que fica em sua ponta acopla na cremalheira do motor e inicia o seu movimento.
As motos com partida elétrica costumam usar um mecanismo diferente. O pinhão e a cremalheira ficam em contato direto. Mas a “placa de partida” (uma peça que gira livre numa direção e trava na outra) faz esse trabalho de conectar e desconectar o sistema do volante.
Fatores que influenciam no desempenho
Talvez você nunca precise trocar, ou até mesmo consertar, o motor de partida. No entanto, é muito difícil estimar o prazo de vida útil desse componente, tendo em vista que existem diversos fatores que podem influenciar o seu desempenho e durabilidade.
Entre os principais cuidados a serem tomados, está a manutenção preventiva de todo o sistema e também os hábitos de direção. Por outro lado, como é um elemento que consome muita energia, algumas falhas podem ser provocadas por outras peças da parte elétrica, não tendo nenhuma ligação direta com o arranque.
Vamos conferir alguns exemplos de defeitos paralelos que podem influenciar o funcionamento ou a durabilidade desse item, para ficar mais claro? Sempre leve em consideração numa avaliação preliminar:
- Tempo de uso: quanto mais partidas, maior o desgaste do motor de arranque, o que é algo normal;
- Manuseio da chave ou botão: é importante não forçar. Assim que o veículo começa a funcionar, deixe de acionar o sistema. Os excessos podem superaquecer ou até queimar alguns componentes;
- Estado da bateria: se não estiver funcionando direito, o arranque será imediatamente afetado, por ser um dos maiores consumidores de eletricidade do veículo;
- Alternador (nas motos costuma ser chamado de “magneto”): fique atento que a bateria fraca, muitas vezes, é apenas um reflexo de falhas na geração de energia. Esses defeitos podem ser eletroeletrônicos ou até mecânicos, como um desgaste acentuado no conjunto formado pela correia, polias e tensionador, usado pela maioria dos carros;
- Fiação: é preciso investigar também se não existem fios defeituosos, algum curto-circuito, folgas ou impurezas acumuladas nos conectores e terminais;
- Temperatura ambiente: nas cidades de clima frio, é natural que a partida seja um pouco mais difícil e a durabilidade de todo o sistema fique reduzida;
- Cuidados com o combustível: procure fazer uma escolha rigorosa dos postos onde abastece, para fugir das adulterações. Nos carros flex que usam o “tanquinho”, nunca deixe a gasolina acabar ou ficar velha;
- Falta de manutenção: para um veículo ter uma partida perfeita, é fundamental fazer uma manutenção preventiva e caprichada nas velas, cabos, bobinas, filtros e no sistema de alimentação (seja por carburador ou injeção eletrônica).
Os componentes do motor de partida
De uma forma geral, essa peça é muito parecida com outros motores elétricos comuns de corrente contínua. Conta apenas com alguns itens específicos para realizar a conexão com o motor a combustão. Suas principais partes são:
- Carcaça,
- Escovas,
- Impulsor,
- Pinhão,
- Solenoide,
- Induzido.
Inspeção das peças e seus defeitos
Se você notar que existe um problema no sistema de partida, a primeira dica é não trocar nenhum item antes de consultar um especialista. O motor de arranque é bastante durável e, em alguns casos, apenas uma boa limpeza ou a substituição de componentes baratos é o suficiente para resolver a falha.
Exceto em alguns modelos de veículos, essa manutenção costuma ser realizada de uma forma simples e rápida por um bom eletricista automotivo. Vamos conhecer um pouco mais sobre esse trabalho? Continue a leitura!
Escovas
As escovas funcionam da mesma maneira que num motor elétrico qualquer, até mesmo naqueles usados em carrinhos de brinquedo. São feitas de carvão e sua função é conduzir a energia elétrica para o rotor (chamado de induzido). Contam com uma vida útil longa, mas precisam ser trocadas quando ficam gastas ou apresentam falhas nos contatos elétricos.
Quando isso ocorre, o motor de partida perde eficiência e você precisa acioná-lo por mais tempo para ligar o veículo, o que acaba prejudicando outros componentes. Se nada for feito rapidamente, um conserto que custaria pouco pode se tornar mais caro e complicado.
Impulsor
Outro componente muito importante é o conjunto do impulsor, também chamado de “Bendix”. Sua função é controlar o acoplamento da engrenagem do motor de partida (o pinhão) na cremalheira instalada no volante do motor a combustão.
Se, por algum motivo, esse sistema não se movimentar, você vai ouvir apenas um ruído bem alto do motor de arranque, que ficará rodando “livre”, sem nenhum sinal de partida.
Caso o contato seja parcial, é possível que as duas engrenagens (pinhão e cremalheira) sofram um desgaste excessivo em pouco tempo, o que poderá levar à necessidade de substituição de ambas as peças e encarecer a conta da oficina.
Relê solenoide
Sua função é empurrar o impulsor, ou seja, é o responsável indireto pela conexão do pinhão com a cremalheira. Não costuma dar defeito, mas é importante manter a manutenção em dia.
Um dos problemas mais comuns é quando você vai ligar o veículo e ouve apenas um “tec”. Ou simplesmente não acontece nada. Mas é preciso ter cuidado no diagnóstico. Podem existir várias causas com sintomas parecidos, desde a bateria descarregada até o acúmulo de sujeira.
Induzido
Por fim, temos o induzido (ou rotor), que é o responsável por gerar o movimento do componente. Quando o motor de partida está “arrastando”, um dos motivos pode ser o desgaste desse item. Os problemas podem variar muito, desde o fim de sua vida útil, o que é normal, até danos prematuros causados por outras peças.
Quem aciona a partida por muito tempo, por exemplo, acaba provocando um superaquecimento, o que pode resultar em várias consequências.
Outro problema comum é a falha no retorno do pinhão, causado principalmente por defeitos no “miolo de partida”. A engrenagem acaba ficando presa na cremalheira do motor com o veículo em funcionamento, o que danifica todo o conjunto.
Fique atento ao início dos problemas
Agora que você já conhece os principais componentes do motor de partida, vamos listar os sintomas mais comuns que indicam que algo está errado. Preste muita atenção e procure um profissional de confiança sempre que notar essas situações:
- O motor de partida não aciona ou gira muito devagar;
- Você ouve um estalo quando o motor de partida funciona;
- Aparecem ruídos estranhos ao ligar o motor de partida;
- O motor de partida aciona, mas o motor a combustão não.
Cuidados para uma manutenção perfeita
Como falamos ao longo do texto, as falhas no motor de partida podem ter várias causas. Para rodar sempre tranquilo, o primeiro cuidado é fazer revisões preventivas no seu veículo. Além disso, ao notar qualquer defeito, o melhor é consertar o quanto antes.
Para fazer os reparos, você pode procurar um eletricista automotivo ou mesmo um mecânico. O mais importante é que a oficina seja da sua confiança. Profissionais sérios não mexem em sistemas que não dominam. Eles indicarão o que precisará ser feito, se o melhor será consultar outro especialista ou se o reparo exigirá um trabalho em equipe.
Caso você tenha um carro antigo ou importado que comprou usado, peça uma avaliação mais profunda. Esses modelos costumam sofrer adaptações e todos os tipos de “gambiarras” com o passar dos anos. Se o conserto focar apenas no item quebrado ou queimado, é quase certo que o problema voltará pouco tempo depois.
Também aprove apenas a instalação de componentes novos e com alta qualidade. Nos reparos do motor de partida e outros serviços da parte elétrica, a principal despesa é com a mão de obra. Não arrisque perder muito para economizar pouco.
Sistema start-stop ou motorização híbrida
Os donos de veículos com essas novas tecnologias precisam ter uma atenção redobrada. O conjunto responsável pela partida é totalmente diferente. Dependendo do modelo, envolve o próprio alternador ou o motor elétrico de tração.
Para complicar ainda mais, seu funcionamento é comandado pelo módulo eletrônico principal e pode interferir em várias partes. Para fazer qualquer conserto, por mais simples que seja, o profissional precisa estar muito bem capacitado e ter todos os equipamentos necessários.
Quando o motor desliga e não pega mais
Para terminar, deixamos um último alerta: o que fazer quando o carro “apaga” sem motivo e depois não quer ligar? O correto é não insistir na partida e chamar o guincho.
Quando essa situação acontece em alta rotação (na estrada, por exemplo), geralmente quebrou algo importante, como a correia ou corrente do comando. Se você forçar, vai danificar os pistões, válvulas, cabeçote e o próprio motor de partida.
Se o veículo desligar durante a travessia de uma enchente ou área alagada numa estrada de terra, pode ser ainda mais perigoso. Muitas vezes, a água entra pelo sistema de admissão. Ao dar a partida, os pistões sofrem o chamado “calço hidráulico” e o prejuízo fica enorme! Quebram vários componentes internos e, em casos extremos, até o bloco do motor.
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sor mecânico iniciante gosto de acompanhar as reportagem de vocês.minha ajuda muito o meu nome é [email protected]
esse é um problema que quebra muito mecânico por ai
Olá, Ednaldo!
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preciso de ajuda fiz o motor carro corier e ele arrasta mas nao pega pode me dizer o q faltA?
Olá Aline!
Provavelmente o defeito não está no motor de arranque, verifique taxa de compressão, sistema de injeção, sistema de ignição entre outros para ir descartando possibilidades.