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Você já conhece a cena: a moto entra na oficina “cantando”, o cliente jura que já deu um trato, mas o barulho voltou no dia seguinte. Quem vive de manutenção de moto há tanto tempo sabe, muitas vezes, que não é falta de boa vontade, é detalhe de processo.
E é aí que quem já vem lubrificando corrente de moto com método, do jeito certo, muda o jogo. A proposta deste guia não é ensinar o básico para quem já faz isso todo dia, e sim complementar com práticas que ajudam a evitar retrabalho, reduzir ruído, prevenir desgaste precoce e dar aquela sensação de serviço redondo que fideliza o cliente.
Por que padronizar a lubrificação?
Uma corrente lubrificada de maneira adequada mantém a integridade de todo o sistema de transmissão, enquanto não seguir um padrão leva a uma série de complicações técnicas e comerciais:
- Retrabalho imediato: o retorno do cliente em curto espaço de tempo com as mesmas queixas, principalmente ruídos de estalos e sons metálicos, indicando falha no serviço executado.
- Desgaste acelerado do conjunto: a lubrificação inadequada provoca desgaste prematuro sincronizado no kit relação (corrente, coroa e pinhão), elevando o custo do futuro serviço.
- Comprometimento da credibilidade: serviços com baixa durabilidade impactam diretamente na percepção de qualidade da oficina pelo cliente.
Assim, ter um método na hora de lubrificar corrente de moto é um diferencial competitivo importante que não apenas previne falhas operacionais, mas consolida relações de confiança com a sua clientela.
Será que a sua lubrificação é adequada?
Antes de tudo, saber identificar uma má lubrificação passa por reconhecer seus sintomas. Como você já deve saber, as manifestações mais frequentes reportadas pelos clientes incluem:
- Estalos e ruídos secos durante operações de aceleração e desaceleração.
- Folga irregular e "pulos" na transmissão da moto.
- Vibrações anormais no câmbio e na roda traseira.
Mas mesmo depois de identificar esses sintomas, será que você realiza uma lubrificação adequada para não voltar a ter problemas?
Erros técnicos na lubrificação que causam retrabalho
No dia a dia das oficinas, acabam se espalhando alguns métodos que, mesmo sendo conhecidos entre os mecânicos, na verdade usam técnica e material errados. Descubra se você está cometendo algum desses erros:
- Seleção inapropriada de lubrificantes: a aplicação de óleo de motor usado ou graxa espessa constitui erro técnico grave. Estes compostos carecem das propriedades de aderência e resistência térmica necessárias, além de funcionarem como agentes agregadores de contaminantes abrasivos.
- Lubrificação sobre superfície contaminada: aplicar lubrificante novo sobre sujeira consolidada equivale a instalar uma camada abrasiva permanente sobre os componentes, acelerando ativamente seu desgaste.
- Dosagem excessiva: o excedente de lubrificante não melhora a proteção; pelo contrário, cria uma película espessa que acumula resíduos rodoviários e compromete outros componentes do conjunto.
- Negligência na verificação de tensão: lubrificar uma corrente com tensão incorreta, seja por excesso de folga ou sobrecarga, esconde problemas fundamentais que geram desgaste irregular e sobrecarga no kit de transmissão.
Passo a passo: lubrificando corrente de moto sem erros
Para garantir resultados duradouros e qualidade consistente, recomenda-se seguir o seguinte fluxo de trabalho:
- Inspeção preliminar e limpeza profunda:
- Realize inspeção visual minuciosa da corrente, coroa e pinhão, identificando sinais de desgaste assimétrico ou danos estruturais.
- Execute a limpeza com produto específico ou querosene industrial, utilizando escova de cerdas duras especializada. Nota: o uso de gasolina ou solventes agressivos danifica permanentemente os retentores em correntes seladas.
- Gire a roda traseira para acesso integral aos componentes e finalize com remoção meticulosa de resíduos usando pano limpo e seco.
- Regulagem de tensão com precisão:
- Ajuste a tensão da corrente conforme especificações técnicas do manual da motocicleta, considerando as tolerâncias do fabricante.
- Verifique a folga em múltiplos pontos da corrente para identificar possíveis alongamentos irregulares.
- Aplicação técnica do lubrificante especializado:
- Utilize exclusivamente lubrificante em spray desenvolvido para correntes de moto, com propriedades de alta aderência e resistência à água.
- Aplique jato contínuo e uniforme na face interna dos elos durante rotação controlada da roda traseira, garantindo penetração ideal nos roletes e espaços internos.
- Posicione barreira física (papelão ou pano técnico) atrás da corrente durante aplicação para contenção de respingos em componentes críticos.
- Gestão de periodicidade e orientação técnica ao cliente:
- Estabeleça o intervalo de lubrificação seguindo a orientação do manual da moto e intervenções pós-lavagem/chuva como padrão mínimo. Lembre seus clientes de que chuva e detergente removem parte do filme protetor, sendo necessário secar a corrente e reaplicar o lubrificante.
- Desenvolva programa de orientação técnica para clientes, destacando a relação entre manutenção preventiva e custo-benefício a médio prazo.
Lubrificando corrente de moto com o spray certo
Os lubrificantes mais indicados para corrente de moto são os sprays, porque:
- Penetram profundamente nos elos da corrente enquanto o solvente evapora e, após a evaporação, o lubrificante restante forma uma película de alta adesividade que protege a corrente sem atrair excesso de poeira.
- São desenvolvidos a partir de fórmula com alto desempenho para engrenagens.
- Não contêm solventes que agridem algumas peças da motocicleta.
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Perguntas frequentes: lubrificando corrente de moto
Posso usar óleo de motor para lubrificar a corrente?
Não. Ele não tem aderência para a rotação da corrente e sai fácil, carregando sujeira. Use spray específico para corrente de moto.
Corrente com retentor precisa de lubrificação externa?
Sim. Os retentores guardam graxa dentro dos elos, mas a lubrificação externa reduz atrito com coroa/pinhão e protege da corrosão.
Como saber se exagerei no spray?
Sinais claros: gotas nos elos, respingo no aro/balança e sensação “pegajosa”. Remova o excesso e reaplique uma camada fino.
Qual o lado certo para aplicar?
Na face interna, com a roda girando devagar. A penetração é melhor e o arremesso diminui.
Quando lubrificar não resolve?
Se já existe desgaste estrutural (dentes pontiagudos, corrente com “pulos”, retentores danificados e alongamento fora do limite), a melhor entrega técnica é propor substituição do kit corrente/coroa/pinhão. A lubrificação aqui só esconde ruído por pouco tempo e volta como retrabalho.