Lubrificação automotiva: aprenda ainda mais sobre o assunto e veja as melhores práticas

Quando falamos em lubrificação automotiva, a primeira coisa que vem à mente dos motoristas é a troca de óleo do motor. No entanto, você pode mostrar aos seus clientes que há muitos outros componentes que precisam desse cuidado. Eles devem ser inspecionados constantemente, conforme o manual do veículo.
Como o processo de lubrificação envolve uma série de detalhes, nós fizemos esse texto reunindo os principais pontos que merecem mais atenção durante uma manutenção preventiva ou corretiva. A falta de cuidado com as trocas e o uso de produtos errados provocam vários desgastes prematuros e quebras.
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Cuidados na troca de óleo do motor
Apesar de ser um serviço básico, a troca de óleo do motor também exige certa atenção, principalmente nos dias de hoje, com a frota de veículos nacionais e importados mudando a cada dia. Até nos modelos mais antigos, fabricados durante décadas, é importante ter cuidado e seguir as indicações do manual.
Um erro comum é pensar que um determinado veículo, com certo tipo de motor, usa sempre o mesmo óleo. É melhor não confiar! Ao longo da vida do modelo, a montadora pode fazer algumas alterações e mudar tanto a especificação do lubrificante quanto a quantidade. Confirme a informação numa fonte confiável.
Outro cuidado importante, para você conscientizar os clientes, é que não vale a pena economizar colocando um óleo mais barato, fora do recomendado, ou um filtro de baixa qualidade. A conta da retífica é muito pesada! O ideal é usar o tipo certo para cada motor (mineral, semissintético ou sintético) e nunca misturar.
Como nós temos um grande problema com os combustíveis adulterados e o motor pode ter uma falha repentina, como um dano na junta do cabeçote, por exemplo, também é bom ficar atento e alertar o dono do carro para conferir o nível e o aspecto do óleo. O ideal é, no máximo, verificar a cada 5.000 km.
Sempre que fizer uma manutenção no motor e notar algum problema com o lubrificante, como contaminações, formação de borra ou verniz, cheiro de solvente ou excesso de metal, é melhor fazer uma boa revisão, limpar o sistema e alertar o cliente sobre a escolha dos postos ou a forma de dirigir.
A lubrificação das transmissões
Outro ponto bastante esquecido é a importância dos lubrificantes para os câmbios. Mesmo nas caixas manuais, durante uma revisão preventiva, é bom conferir o nível e o aspecto do óleo, além de consertar eventuais vazamentos. Se precisar completar o nível, use exatamente o tipo recomendado.
Nos modelos automáticos (tradicionais ou CVT) esse cuidado é fundamental. É preciso fazer as trocas no prazo certo, substituir o filtro (muitos usam), limpar o trocador de calor (se existir) e consertar até o menor vazamento. Outra dica é usar o fluido indicado no manual, até uma troca de marca pode dar problemas.
Fazer uma análise do óleo usado também é muito importante. Você pode alertar o cliente sobre desgastes internos ou o uso errado do veículo. O ideal é que o lubrificante esteja claro, sem partículas metálicas ou sinais de água. Se estiver com cheiro de queimado, o câmbio foi forçado além do seu limite.
As caixas de transferência
Se você costuma trabalhar com veículos de tração 4×4, outro ponto de atenção é com as caixas de transferência. Apesar de serem peças simples e robustas, muitas precisam de lubrificantes especiais e outros cuidados, como a limpeza ou a troca de filtros. Também não podem ficar vazando, por menos que seja.
Cuidado com os diferenciais
Na revisão de um utilitário, SUV ou veículo pesado, sempre inspecione o óleo do diferencial. Na dúvida, se o dono não souber a data da última troca, faça uma substituição preventiva. Nos eixos com algum sistema de deslizamento limitado, use exatamente o lubrificante indicado, para não danificar os discos internos.
Se você fizer algum reparo nas peças do diferencial, o ideal é abastecer com o óleo correto e fazer a primeira troca, no máximo, na metade do prazo indicado no manual do veículo. Esse cuidado é importante para remover as partículas de metal que podem se soltar. A partir da segunda troca, o prazo é normal.
Também passe duas dicas valiosas para os clientes: após a troca do óleo do eixo, é bom dirigir devagar e com o veículo vazio por alguns quilômetros, até a lubrificação interna ficar perfeita. E, se cruzar um alagamento, é bom dar uma olhada no lubrificante em seguida, a água pode entrar pelo respiro.
Não esqueça das graxas
Na lubrificação automotiva, fazer a limpeza correta e o engraxamento periódico de diversas peças ainda é um trabalho muito importante, principalmente nos veículos maiores e mais antigos. Da mesma forma que os óleos, também existem vários tipos de graxas, cada uma para um uso. É preciso ficar atento!
Em muitas picapes grandes, por exemplo, é preciso lubrificar as cruzetas e o sistema deslizante do eixo cardan. A graxa é especial, do tipo EP2 com sabão de lítio. É preciso fazer a aplicação até que todo o lubrificante velho seja expulso da peça e, se pegar um alagamento, será preciso engraxar de novo.
As juntas homocinéticas, quando têm a coifa rasgada, também precisam de cuidados especiais na hora de lubrificar. O primeiro ponto é lavar muito bem a peça, para tirar qualquer resíduo de areia ou água. A graxa também é especial, fornecida com a nova coifa. Nunca economize, aplique tudo o que vier no kit.
Por último, para fazer uma inspeção no capricho, dependendo de cada modelo de veículo, veja se não é necessário engraxar os rolamentos dos cubos das rodas, as articulações do eixo dianteiro, os suportes dos feixes de molas, entre outros pontos. E, em cada lugar, sempre use o lubrificante indicado no manual.
Enfim, essas são algumas dicas importantes para manter os veículos dos seus clientes sempre em ordem e rodando por muito mais tempo. Gostou? Quer conferir outras dicas legais? Então, para começar, confira o nosso post sobre como a tecnologia pode ajudar no dia a dia de uma oficina. Boa leitura!