Avaliação: Renault Captur 2022 estreia motor 1.3 turbo flex
O Renault Captur 2022 poderia ser um carro do tipo mais do mesmo: SUV urbano, com motor turbo, flex e design agradável. Tem tudo isso, sim, mas, surpreendeu. A calibração do novo motor 1.3 turbo flex, de 170 cv de potência e 27,5 kgfm de torque máximo ficou perfeita para quem prisma pelo prazer ao dirigir.
Claro que não é um superesportivo, nem chega perto disso, no entanto, permite uma condução mais animada graças ao bom desempenho para um carro dessa categoria. Acoplado ao motor, uma transmissão CVT de 8 marchas virtuais que foi programada para simular as marchas mesmo quando o veículo é conduzido no modo Drive (D). Essa é uma novidade nesse tipo de carro com câmbio CVT, pois a maioria só troca marchas quando se escolhe o modo Manual.
A vida a bordo do Captur é confortável. A versão avaliada, Iconic, topo de linha, tinha todos os opcionais oferecidos pela montadora: pintura bíton e sistema de áudio BOSE com seis alto-falantes, subwoofer no porta-malas e equalizador digital, além de uma extensa lista de itens de série da versão, com destaque para os faróis full LED, quatro câmeras para auxiliar em manobras de ré e partida remota do motor, que são exclusivas da Iconic, assim como o som BOSE.
Porém a pintura em bíton pode ser adquirida como opcional em todas as versões do Captur (Zen, de entrada, e Intense, intermediária). São oferecidas oito combinações de cores. O teto pode ser preto ou prata, e carroceria bronze Sable, azul Iron, branco Glacier, vermelho Fogo, prata Etoile e cinza Cassiopée.
Design
O Captur sempre chamou a atenção nas ruas pelo design. Agora, o modelo foi levemente reestilizado. Ganhou nova grade dianteira, maior e com detalhe cromado, e novo para-choque com apliques prateados. Conta também com luz de circulação diurna DRL em LED em volta dos faróis de neblina LED, que passam a ter a função “cornering”, auxiliar em curvas. Outra novidade é o ski dianteiro com entrada de ar, que dá um toque de sofisticação e esportividade.
Na lateral, há um grafismo cromado na parte inferior das portas, acompanhando a linha de cintura elevada. As rodas de 17’’, disponíveis com dois desenhos e dois tipos de acabamento, de acordo com a versão, integram o conjunto em perfeita harmonia.
A traseira traz LEDS na identidade visual das lanternas, ponteira do escapamento cromada e agora onde está o nome Captur passa a ser na mesma cor da carroceria. E a sigla TCe (do inglês Turbo Control Efficiency), em alusão ao motor turbo 1.3 flex, está estampada na tampa do porta-malas.
O interior foi completamente renovado, com materiais suaves ao toque. A versão topo de linha ganhou ainda a opção bíton no interior com a combinação da cor marrom Castanyera. O acabamento interno mistura detalhes em black piano com cromados, como ao redor do sistema multimídia e das saídas de ar.
Multimídia
O Captur conta com uma nova central multimídia EasyLink, com uma tela capacitiva de 8’’, layout personalizável e espelhamento para celular Android Auto e Apple CarPlay, por cabo. Permite ainda parear até seis celulares simultaneamente via Bluetooth, sendo possível realizar duas chamadas pelo sistema ao mesmo tempo. O sistema não é ruim, mas em comparação com a concorrência, deixa um pouco a desejar uma vez que a maioria já utiliza multimídias com espelhamento sem fios.
O bacana do EasyLink são as funções Eco Scoring e Eco Monitoring, que informam constantemente o consumo de combustível e atribui nota ao desempenho do condutor, informando os pontos que podem ser melhorados para uma condução econômica.
Durante a avaliação, o Captur fez média de 9km/l na estrada, com etanol, em uma viagem para o litoral sul de São Paulo, com descida e subida de serra. Este valor está dentro do anunciado pela montadora, 8,3 km/l. Não é ruim, mas esperava-se mais, por tanta tecnologia que o conjunto motor-transmissão possui.
Powertrain
O novo motor do Captur recebeu a nomenclatura turbo TCe 1.3 flex. Trata-se um propulsor desenvolvido na Europa, em conjunto com a Daimler e a Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, com injeção direta central com 250 bar de pressão, turbocompressor de 1.4 bar de pressão, com válvula wastegate eletrônica e duplo comando de válvulas variável com atuadores elétricos. Tudo isso para garantir uma combustão otimizada, com mais performance e menos consumo de combustível.
O motor é produzido na Espanha, mas o desenvolvimento da versão flex ficou a cargo da equipe de engenheiros do RTA (Renault Tecnologia Américas), que fica no Complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais (PR).
O novo câmbio CVT XTRONIC® foi baseado em três pilares: linearidade, agilidade e dirigibilidade. Entre as novidades, destaque para a faixa de atuação do lock-up ampliada, reduzindo a sensação de deslizamento nas arrancadas, com máxima transferência do torque do motor para as rodas, bomba de óleo de dimensões reduzidas e cárter com menor volume, corrente de menor largura e novo óleo de baixa viscosidade.
Outra tecnologia aplicada para a redução do consumo de combustível é o sistema Start&Stop, que desliga o automóvel automaticamente em semáforo ou outras paradas prolongadas. Este moderno sistema, muito comum em carros topo de gama, garante uma economia de até 5% de combustível no trânsito urbano.
Preços e versões
O Captur é encontrado em três versões de acabamento. A de entrada Zen, custa a partir de R$ 126.690. A intermediária Intense, a partir de R$ 13.690, e a topo de linha Iconic, a partir de R$ 139.690.
A versão avaliada, na cor Bronze Sable com teto Preto Nacré, acrescenta R$ 3.200 de pintura, assim como as combinações de cores Azul Iron com teto Preto Nacré, Cinza Cassiopée com teto Prata Étoile, Vermelho Fogo com teto Preto Nacré e Prata Étoile com teto Preto Nacré.
A única que não tem custo adicional é o branco Glacier. Esse tom com teto preto Nacré soma mais R$ 1.500 ao preço de veículo, e com ele totalmente em prata Étoile, fica mais R$ 1.700 mais caro.