Quanto custa um carro elétrico
Quanto custa um carro elétrico? O mais barato à venda no mercado brasileiro é o iCar, da Caoa-Chery, por R$ 139.990. Dá para comprar dois Fiat Mobi Trekking e ainda sobra quase R$ 11.000. Mas, existe uma conta que todo consumidor deve fazer antes de investir em um veículo elétrico atualmente: o custo de operação e manutenção.
Fato é que veículos elétricos têm custos operacionais e de manutenção bem menores do que veículos térmicos, com motor a combustão interna. Afinal, os propulsores elétricos dispensam uma série de complicações, como preço do combustível, trocas de óleo e filtros, cuidados com sistema de arrefecimento, entre outros.
A primeira conta, claro, é o custo por quilômetro rodado. Um Fiat Mobi tem consumo declarado pela montadora de 9,6 km/l ou 13,5 km/l na cidade, quando abastecidos com etanol ou gasolina respectivamente. Ao preço atual de ambos combustíveis em São Paulo, que estão em média R$ 3,70/l e R$ 5,00/l (etanol/gasolina), o Mobi apresenta consumo de R$ 0,39/km (etanol) e R$ 0,37/km (gasolina).
Em São Paulo, o kWh de energia elétrica custa R$ 0,75, em média. Vale lembrar que esta é a tarifa sob bandeira verde. O iCar possui bateria de 30,8 kWh de capacidade de carga e autonomia de 282 km, o que equivale a um consumo de 9,16 km/kWh. O custo por km rodado é, portanto de R$ 0,08. Isso significa economia de 462,5% em relação ao consumo com gasolina.
Um motorista que roda 200 km por dia, gasta para abastecer o carro R$ 74 por dia. Em um ano, gastará R$ 27.010 com gasolina. Em um carro elétrico, o custo diário seria de R$ 16, e o anual R$ 5.840, uma diferença de R$ 21.170. Nestas condições, o carro elétrico iCar, da Caoa-Chery, passaria a compensar a diferença de custo de aquisição em pouco menos de 4 anos, em relação ao Fiat Moby Trekking.
Se o motorista roda metade disso, 100 km por dia, o tempo dobraria, para 8 anos. E, quem roda em média 50 km por dia, demoraria 16 anos para compensar a diferença de custo de aquisição.
Claro que existem outros custos de manutenção de um veículo térmico, como troca de óleo e filtros (ar, óleo e combustível), substituição de correia dentada (no caso de correia de borracha), correias poly-V, velas, cabos de velas e bobina de ignição, catalisador, bomba de água, bomba de óleo e aditivo de radiador.
Filtros devem ser substituídos, em média, a cada 20.000 km ou um ano. Óleo motor, a cada 10.000 km ou um ano. Esses itens são de desgaste natural e pelo custo relativamente baixo, compensam ser trocados com a frequência determinada no manual.
Já velas e cabos de velas, devem ser verificados a cada 40.000 km, assim como aditivo de radiador, a correia dentada e a poly-V, e substituídos caso apresentem desgastes excessivos. A correia dentada é uma boa ideia trocar mesmo que ainda não apresente um desgaste muito grande, pois evita-se danos maiores ao motor, em caso de rompimento.
Bobinas de ignição, catalisador e bombas de água e óleo normalmente são trocados apenas quando os componentes realmente param de funcionar corretamente, assim como o escapamento.
Outros itens que podem apresentar defeito em um carro térmico moderno são os diversos sensores e atuadores que fornecem dados para a central eletrônica de injeção, assim como a bomba de combustível.
Todos esses itens não estão presentes em um carro elétrico e, portanto, o motorista não precisa se preocupar com eles. No exemplo do motorista que roda 200 km por dia, a cada dois meses, em média, ele precisaria trocar o óleo do motor, assim como o filtro de óleo. Em carros populares, como o Fiat Moby, o custo dessa manutenção é de aproximadamente R$ 200. Em 4 anos, são 24 trocas de óleo, um gasto total de R$ 4.800.
Um motorista que roda 200 km por dia, percorre um total de 73.000 km por ano. Felizmente, carros tirados 0 km da concessionária raramente apresentam defeitos de velas de ignição, cabos de velas, bobinas, correias, catalisador, bombas de água, óleo e combustível, escapamento, sensores de oxigênio e demais componentes no primeiro ano de uso, mesmo que de forma intensa.
Mas, é preciso ficar atento a esses itens e fazer ao menos duas revisões por ano. Assim, o veículo elétrico ainda trás a vantagem de proporcionar menos preocupações com manutenção do que o veículo térmico.
Pode até ser que neste exato momento, o custo de investimento em um carro elétrico ainda não seja tão compensador financeiramente, mas, certamente apresenta menos dor de cabeça, na operação diária.
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