Pequenas borrachas, grandes problemas: o anel O-ring
De repente, o volante do carro fica pesado, muito pesado. No chão, uma enorme poça de fluido hidráulico, algo desesperador. Ao realizar o diagnóstico do defeito, descobre-se que o problema foi causado por uma pequena peça de borracha; o anel O-ring que faz a vedação do sistema rompeu.
Esse é apenas um exemplo de problema que uma pequena peça de borracha pode causar. No caso da direção hidráulica, o prejuízo é ínfimo. Mas, sabia a que o desastre do foguete Challenger, em janeiro de 1986, foi causado pela falha de um anel O-ring? O componente congelou, perdeu as propriedades de vedação, e o resultado foi a explosão da aeronave minutos após a decolagem, matando todos os astronautas.
Sim. Esta pequena borracha pode causar grandes problemas. A paternidade do O-ring é controversa. A primeira patente data do final do século 19, pelo sueco J.O. Lundberg. Porém, em 1937, o maquinista dinamarquês Niels Christensen patenteou o invento nos Estados Unidos, como componente de vedação de freios hidráulicos, que desenvolveu para os bondes da época.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o governo dos Estados Unidos confiscou a patente do O-ring de borracha como uma peça de tecnologia crítica de vedação mecânica e concedeu os direitos de fabricação a várias organizações.
O que é um O-ring?
O anel O-ring é um dos componentes mecânicos de precisão mais simples já desenvolvidos, ao mesmo tempo que é um dos mais críticos. Trata-se de um polímero elástico na forma da letra ‘O’, que permite uma vedação mecânica para conter líquidos ou gases.
Normalmente fica em uma ranhura, comprimida entre um pistão e um cilindro, mas também é usado para vedar juntas circulares estáticas ou imóveis entre componentes metálicos. A característica fundamental dos O-rings modernos é o material de que são feitos: a borracha.
Borracha sintética
No inicio, os O-rings eram feitos de borracha vulcanizada, mas com o avanço tecnológico, rings passaram a ser produzidos com borrachas sintéticas de alto desempenho, que apresentam propriedades mais elásticas e duráveis. Isso viabilizou o uso amplo em diversas indústrias, como a automotiva, aeronáutica entre outras.
No entanto, como toda borracha, têm prazo de validade, o que não significa que após vencido este prazo o componente deixa de funcionar, mas pode não apresentar as mesmas características de um novo.
Portanto, é recomendada substituição de forma preventiva a cada 5 anos dos anéis O’ring, para minimizar o risco de falhas de vedação.
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