Ford Maverick faz jus ao nome
Ao anunciar que a nova picape da marca teria o nome Maverick, a Ford acertou em cheio. Amantes de carros clássicos podem até torcer o nariz, mas isso passa ao pisar fundo no acelerador da picape, logo a primeira volta. O carro entrega muita esportividade e segurança, em níveis de pilotagem avançada.
O motor 2.0 turbo de injeção direta, gasolina, desenvolve 253 cv de potência a 5.500 rpm, com torque máximo de 38,7 kgfm a 3.000 rpm. Não é um superesportivo, mas é o bastante para acelerar os 1744 kg da picape de 0 a 100 km/h em 7,2 segundos. Acoplado ao motor, um câmbio automático de 8 marchas, com conversor de torque. Este seja talvez o ponto fraco desse conjunto.
Comercializada em versão única, Lariat FX4, a picape Maverick não conta com um item simples e comum existentes hoje na maioria dos carros com câmbio automático: opção de troca manual das marchas.
O máximo que ela oferece para reduzir a velocidade com freio motor é a posição L no seletor de marchas, um botão redondo que ao girar engata as marchas padrões de carros automáticos antigos: Drive, Neutro, Park e Ré. É moderno e diferente, mas poderia contar com aletas atrás do volante para trocas de marchas manuais.
A pegada esportiva está presente também na suspensão, com sistema independente nas quatro rodas e mola helicoidal inclusive no eixo traseiro, o que a torna muito mais confortável ao rodar. No eixo dianteiro, um sistema McPherson simples e eficiente, já na traseira, um multibraço robusto.
As rodas de 17 polegadas são calçadas com pneus de uso urbano 225/65 R17, não muito alto nem muito baixo, com altura de 146 mm de flanco. Com isso, é uma picape baixa para os padrões, com 218 mm de altura mínima do solo, ângulos de entrada e saída de 20,6° e 21,2°, respectivamente.
O lado bom disso é que a Maverick é colada no chão e tem estabilidade superior no asfalto. O ruim é que a probabilidade de raspar a frente ao encarar valetas e lombadas é grande. Dependendo da forma da valeta, até a 5km/h se ouve o ruído ingrato da parte mais baixa do pára-choque raspando no chão.
Essa é uma contradição da Maverick, uma vez que ela conta com sistema bastante interessante de controle de tração para terrenos escorregadios, com neve, lama e cascalho, além de tração integral sob demanda. Em outras palavras, tem certa pegada off-road, porém não serve para superar obstáculos comuns ao fora de estrada.
Ao volante
Acelerar a Maverick é uma delícia. Em tempos de redução do tamanho do motor, o famoso downsizing, o 2.0 turbo de 253 cv de potência garante agilidade e prazer em dirigir. Com apenas 1733mm de altura, a picape gruda no asfalto e oferece excelente estabilidade em curvas, mesmo sem carga.
A posição de dirigir é também extremamente agradável, graças às regulagens de altura e profundidade de banco e volante. Diferentemente de muitos carros, a frente do capô fica à vista do motorista. Não chega a ser como os antigos Mavericks, que tinha um capô bastante longo e uma frente de tubarão, mas dá para sentir um pouco de nostalgia.
Por dentro, a picape não oferece um luxo extremo, mas o suficiente para quem quer um carro bem acabado. A central multimídia é simples, com espelhamento de smartphone por cabo e conexão Bluetooth, sem GPS integrado, o que obriga a espelhar o celular.
Um item interessante é a vigia traseira, com acionamento elétrico por botão no console central. Uma boa sacada, pois assim o motorista tem opção de abrir ou fechar a pequena janelinha atrás dos bancos traseiros.
Com relação a consumo, a picape vai bem tanto na estrada quanto na cidade. Em viagem para Santa Catarina, fez média de 13 km/l, um pouco acima dos 11,1 km/l anunciado pela montadora. Já na cidade, ficou com média de 8 km/l, quase os 8,8 km/l divulgados pela Ford.
Mesmo contando com sistema start-stop, o nível de trânsito na cidade de São Paulo tem sido intenso demais. E, com tanta agilidade e disponibilidade para acelerar, é difícil não se empolgar.
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Texto por: Alexandre Akashi