Conheça a videotelemetria ao volante
O que você faz quando ninguém está olhando? Experiências de monitoramento assistida sempre mostram que o ser humano eleva o próprio nível de consciência ao saber que não está sozinho. Ao volante, na condução de um automóvel, isso também acontece, apesar de o trânsito ser uma situação coletiva. No entanto, na maioria das vezes só há o motorista dentro do veículo. Conheça a videotelemetria ao volante.
Estudo realizado pela Frost & Sullivan, consultoria de estratégia e pesquisa de mercado, apontou que veículos equipados com câmera de monitoramento do motorista tiveram um aumento de 70% no uso do cinto de segurança, 60% de redução no número de colisões, 65% menos eventos de excesso de velocidade e 80% de diminuição de distrações ao volante.
Esse equipamento, batizado de videotelemetria, consiste na instalação de câmeras com inteligência artificial embarcada, que gravam imagens tanto da via quanto da cabine do veículo e permitem identificar situações perigosas, como direção distraída, proximidade insegura ao veículo da frente, curvas perigosas e aceleração ou frenagem brusca.
O pulo do gato não é ficar bisbilhotando o trabalho do motorista, pois se fosse só isso seria preciso um batalhão de pessoas monitorando milhões de condutores, que na maioria do tempo não faz nada de errado. Seria um dos trabalhos mais monótonos do mundo. Para esta tarefa, as câmeras são conectadas a robôs programados para identificar distrações e ações fora de padrão.
Em resumo, uma solução de videotelemetria grava situações de risco capturadas pelas câmeras, que são enviadas para uma plataforma online onde serão armazenadas e processadas por meio de inteligência artificial, e sempre que necessário alertar o motorista em tempo real, por meio de avisos sonoros ou visuais, de situações de perigo iminente. Uma sinergia entre Internet das Coisas (IoT) e ciência de dados para identificar e alertar situações de risco.
O objetivo dessa tecnologia pode até parecer para alguns uma invasão de privacidade, mas assim como as grandes metrópoles investem cada vez mais em câmeras de segurança para coibir atos de violência (seja contra o patrimônio ou outros seres vivos), pode ser que, em um futuro próximo, a videotelemetria seja algo obrigatório em todos os veículos, uma vez que as informações geradas podem ser úteis na hora de investigar causas de acidentes trágicos.
Por enquanto, esse é o tipo de tecnologia que empresas de gestão de frota estão adotando com o objetivo de entender melhor como os motoristas se comportam ao volante e, assim direcionar de forma mais assertiva investimento para um melhor desempenho dos profissionais ao volante.
Vale lembrar que, somente em 2021, aconteceram no Brasil 632 mil acidentes e 11 mil mortes no trânsito, segundo o Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito (RENAEST). É certo que diferentes razões levaram a esses índices. O comportamento dos motoristas no volante, por exemplo, representa um número bastante significativo. De acordo com o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação, 54% dos acidentes analisados, em 2020, foram causados por imprudências dos motoristas e 23% indicaram falta de atenção do condutor.
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Texto por: Alexandre Akashi