Toyota Corolla Cross: Conheça Este Crossover de Sucesso

Avaliamos a versão XRE do novo Toyota Corolla Cross, com motor 2.0l de 177 cv e câmbio CVT de 10 marchas virtuais
Por: Alexandre Akashi
Apresentado em 2021 ao mercado brasileiro, o SUV urbano médio Corolla Cross foi o grande lançamento da Toyota no ano passado. Disponível com dois tipos de motores, híbrido flex e a combustão interna, o Corolla Cross divide plataforma com o sedã, porém apresentam diferenças muito além da silhueta.
A primeira e mais sensível à maioria dos consumidores é o preço. O SUV parte de R$ 161.990, enquanto o sedã começa em R$ 148.290. A versão top de linha, Altis Hybrid do sedã custa R$ 187.190, enquanto a do SUV, chamada XRX Hybrid, custa R$ 204.329. São quase R$ 20 mil a mais para andar de SUV. Será que vale a pena?
Avaliamos a versão topo de linha com motor a combustão interna, a XRE, que vem com motor 2.0l de 177 cv e 21,4 kgfm de torque máximo, e tem preço sugerido de R$ 173.690. O nível de acabamento e equipamentos dessa versão do Cross é similar ao da versão XEi, do sedã, que custa R$ 154.690, uma diferença de R$ 19 mil.
Design
A silhueta SUV do Corolla Cross remete a outro SUV da Toyota, o RAV4. Quase impossível não fazer essa comparação. A grande grade frontal em formato trapezoidal com a frente alongada e angular deixa o SUV com ar robusto e sofisticado.
Já a traseira, alta, conta com lanternas finas e longas, que aumentam a impressão de largura do Corolla Cross. O para-choque preto é enriquecido com detalhes na cor da carroceria, linhas que também estão presentes no RAV4.
Indiscutivelmente, o Corolla Cross tem design marcante e elegante, porém nada extraordinário em relação ao que existe no mercado atualmente. Este é, portanto, o maior desafio dos designers de automóveis: apresentar novos traços e linhas que conquiste os olhos do consumidor, sem que veículo seja identificado com outro modelo já consagrado.
Mecânica
Sob o capô, o Corolla Cross XRE apresenta o bom e motor 2.0 litros da família M20A-FKB, o mesmo que equipa o Corolla sedã. Trata-se de um propulsor moderno, com duplo sistema de injeção, direta e indireta, com comando de válvulas variável na admissão e escape, DOHC, acionado por corrente. Funciona com gasolina e/ou etanol em qualquer proporção, disposto na transversal.
São quatro cilindros em linha, 1987 cm³ de cilindrada, 16 válvulas e taxa de compressão de 13:1, com 80,5 mm de diâmetro de cilindro e curso do pistão de 97,6 mm. A potência máxima é de 177 cv/169 cv a 6600 rpm (etanol/gasolina) e o torque máximo é de 21,4 kgfm a 4400 rpm em qualquer um dos dois combustíveis.
Acoplado ao motor, uma transmissão CVT com 10 marchas virtuais e, apesar de ser um SUV, conta apenas com tração dianteira. É, portanto, um SUV urbano.
A suspensão é bastante simples. Na dianteira é independente, tipo McPherson, e na traseira, eixo de torção. Tanto na frente quanto atrás conta com molas helicoidais e barra estabilizadora.
Os freios são a disco nas quatro rodas, ventilados na dianteira e sólidos na traseira. O freio de estacionamento é mecânico, com acionamento no pé. Isso mesmo! O freio de estacionamento é igual ao de veículos da década de 1960.
Em contraponto, a direção conta com assistência elétrica, é leve e confortável para dirigir, mas principalmente para realizar manobras. Já as rodas são de 18 polegadas, calçadas com pneus 225/50. O estepe é do tipo emergencial, fino, de 155/70 R17. Sim, é menor em todos os quesitos, inclusive no tamanho do aro.
Nas dimensões, o Corolla Cross apresenta 4,46 m de comprimento, 1,82 m de largura, 1,62 m de altura e 2,64 m de entreeixos. O porta-malas tem capacidade para 440 litros e o tanque de combustível, 47 litros. Pesa 1.420 kg. Por ser um SUV, tem ângulo de entrada de 21 graus, ângulo de saída de 36 graus e vão livre do solo de 161 mm. Só por curiosidade, um SUV de verdade tem ângulo de entrada de 43,9 graus e vão livre do solo de 274 mm (Jeep Wrangler Rubicon).
Em ação
A condução do Corolla Cross é agradável. Essa versão apresenta alguns poucos equipamentos tecnológicos de série, nada muito sofisticado mas o básico para um carro dessa categoria. O controle de cruzeiro é simples, apenas mantém o carro na velocidade estipulada. Tem apenas uma zona de ar-condicionado, digital e automático. Conta com acendimento automático dos faróis, mas não tem limpador de para-brisas automático.
No entanto, a ausência de dispositivos eletrônicos não interfere na condução prazerosa do Corolla Cross. O motor é bastante liso e silencioso, em baixas rotações, mas acima dos 3000 rpm fica ruidoso e áspero. Apresenta também uma elasticidade muito bem calibrada, e a transmissão CVT é precisa nas acelerações e reduzidas.
Uma vantagem desse CVT é a possibilidade de encarar longos trechos de descidas sem a necessidade de pisar no freio, utilizando apenas o freio motor. Em viagem para o litoral de São Paulo, foi possível descer a serra da Imigrantes controlando a velocidade máxima, de 80 km/h, apenas nas trocas de marchas.
O Corolla Cross também é bom de curva. Apesar da suspensão ser bastante simples, é um carro bem alinhado e desenha as curvas com precisão, mesmo em velocidade. A Toyota conseguiu encontrar um bom ponto de equilíbrio entre conforto e dirigibilidade, o que aumenta o prazer de dirigir.
Já em termos de consumo, nessa mesma viagem para o litoral de São Paulo, conseguimos média de mais de 11 km/l com etanol. Foram mais de 250 km percorridos, entre descida e subida de serra e trechos planos com velocidades entre 80 km/h e 120 km/h, e ar-condicionado sempre ligado. Nada mal, afinal a Toyota informa consumo médio de 9 km/l com etanol, no ciclo rodoviário.