Chopper mais do que estilo, uma definição
“It’s not a motorcycle baby, it’s a chopper”. A frase é do icônico filme Pulp Fiction: Tempo de Violência, sucesso cult de 1994 do diretor Trentin Tarantino. No enredo, o boxeador Butch Coolidge (Bruce Willis), retorna ao motel para buscar a namorada montado na chopper de Zed, que está morto. Ao vê-lo, ela pergunta: Onde você arrumou essa motocicleta? E ele responde: Isso não é uma motocicleta baby, isso é uma chopper.
Chopper é um estilo clássico de motocicleta, que apesar de não ter critérios específicos, conta com ingredientes típicos que incluem garfos estendidos, um tanque de gasolina esticado, pneu traseiro de tala larga, motor V-twin com canos barulhentos e provavelmente uma pintura personalizada. No entanto, uma chopper pode ter alguns, todos, ou nenhuma dessas características, mas, com certeza tem garfos longos segurando a roda dianteira e muito barulho.
A frase de Bruce Willis dá o tom da distinção de quem pilota uma chopper para outro tipo de motocicleta. É quase como os moradores da Mooca, em São Paulo. Pergunte a uma pessoa da Mooca onde ele mora. “Sou da Mooooca”, responde sempre, independente do local onde esteja. Pode ser em São Paulo, na Amazônia ou em outro país. Os choppers são iguais. Eles não andam de motocicleta. Pilotam choppers.
Tal distinção tem raízes. As choppers protagonizaram o filme Easy Rider, de 1969, que conta a história de dois amigos motociclistas que após traficarem droga do México até Los Angeles resolvem atravessar o leste dos EUA para chegar a tempo em Nova Orleans, para o Mardi Grass, um dos maiores carnavais do mundo na época.
O protagonista Peter Fonda pilota a “Capitão América”, uma Harley-Davidson FLH da polícia transformada em chopper de garfo alongado e tanque pintado com a bandeira norte-americana. Esta é, talvez, a motocicleta mais icônica do mundo e foi amplamente replicada pelos amantes do estilo chopper, que nasceu na década de 1960 e tem sua nomenclatura derivada da palavra inglesa chop, que significa cortar, picar.
A proposta de pilotar uma chopper era se exibir e provocar os outros, ao pilotar uma máquina que era despojada e quase nua em comparação com as Harley-Davidsons compradas nas concessionárias. Ao cortar quase tudo da motocicleta original, as choppers tinham peso reduzido e posição mais baixa do assento, o que melhorava o manuseio e o desempenho.
Com a popularização do estilo, multiplicou-se o número de lojas customizadas de chopper, assim como o número de fornecedores de peças prontas para chopper. De acordo com o gosto e o bolso do proprietário, as chop shops construíam guidões altos e garfos dianteiros esticados, estreitos e inclinados. As lojas também construíram tubos de escape personalizados e muitos kits de reposição seguiram no final da década de 1960 até a década de 1970.
As leis exigiam (e em muitos locais ainda exigem) um dispositivo de retenção para o passageiro, de modo que os encostos verticais chamados sissy bars se tornaram uma instalação popular, muitas vezes ficando mais alto que a cabeça do motociclista.
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Texto por: Alexandre Akashi