ACC, o piloto automático adaptativo. Entenda como funciona

Veículos modernos atuais contam com uma tecnologia bastante útil para quem dirige por longas horas, seja em rodovias de alta velocidade ou vias congestionadas: o controle de cruzeiro adaptativo, ou piloto automático adaptativo.
Na prática, esse dispositivo acelera e freia o carro sozinho, de acordo com a velocidade do veículo da frente. E, caso não haja nenhum veículo à frente, mantém a velocidade pré-estabelecida pelo motorista. Mas, como ele funciona?
O segredo do ACC está em um radar de alta precisão instalado na grade frontal ou abaixo do para-choque do carro, que monitora os objetos à frente, e detecta velocidade, distância e direções de movimentos. Essas informações são passadas para a central eletrônica do veículo que determina a hora de acelerar ou frear. Em veículos com câmbio automático é possível até mesmo parar o veículo completamente.
Os radares são desenvolvidos e fornecidos pelas Sistemistas, grandes fabricantes de autopeças que entregam para as montadoras soluções prontas sob demanda. Atualmente, existem dois níveis de radares, que se diferenciam basicamente pela distância que detectam os objetos à frente. Quanto mais potente é o radar, maior é a distância, sendo que os mais modernos enxergam objetos a até 302 metros.
Além dos veículos, os radares também identificam ciclistas e pedestres, o que permite a incorporação de outras tecnologias, como a de frenagem automática de emergência. Nestes casos, os fornecedores indicam também a adoção de câmeras de alta resolução para detectar pessoas e objetos em ambos os lados do veículo, com softwares de inteligência artificial para percepção e predição comportamental.
História
Nos dias atuais, os ACC são basicamente controlados por radares. O início dessa tecnologia no entanto foi por laser, por meio de um equipamento chamado lidar. A Mistubishi foi pioneira, em 1992, com o modelo Debonair. O lidar, equipamento que mede a distância por meio de um laser (como em uma trena eletrônica), apenas alertava a aproximação de objetos à frente, sem acionar os freios nem acelerador.
Em 1995, o Mitsubishi Diamante foi o primeiro carro a contar com ACC que controlava a velocidade pelo acelerador e redução de marcha, porém ainda não acionava os freios, função que somente foi incorporada no ano 2000, pela Toyota.
Outra forma de fazer o ACC funcionar é por meio de câmeras. Em 1999, o Subaru Legacy Lancaster foi o primeiro a utilizar essa tecnologia.
Até 2006, os ACC funcionavam com um limite mínimo de velocidade, a partir dos 30 km/h. Abaixo disso, o sistema desligava e alertava o motorista a necessidade de retomada do controle do carro.
O primeiro carro a contar com ACC que realmente parava totalmente foi o Lexus LS 460. O sistema assistido por radar mantinha controle contínuo de velocidades de 0 km/h a 100 km/h.
Hoje, todas as montadoras oferecem algum tipo de ACC, mesmo em modelos mais populares. Os veículos mais sofisticados contam ainda com ACC integrado ao GPS, com radar e câmeras que lêem placas de trânsito e ajustam a velocidade automaticamente de acordo com o limite máximo da via. Nas rodovias alemãs, nos trechos onde não há limite de velocidade, o ACC utiliza a velocidade ajustada pelo motorista.
ACC em ação
Utilizar o ACC é simples. Basta pressionar o botão que liga o sistema, geralmente localizado no volante do veículo, e ajustar a velocidade e a distância que quer manter do carro da frente. Normalmente, há três níveis de distância, medido em segundos, 2, 3 ou 4 segundos, mas isso pode variar dependendo da marca do veículo.
No trânsito diário, o piloto automático adaptativo é uma opção de comodidade e conforto, além de segurança, pois raramente haverá colisão traseira quando está acionado. No entanto não é infalível. Algumas situações fazem o ACC perder a referência do carro da frente, como em curvas fechadas. Neste caso, é bom estar esperto, pois ao retomar a referência o sistema irá frear bruscamente para evitar a colisão.
Outra situação que confunde o sistema são motociclistas circulando nos corredores, entre os carros. O ACC assume que o veículo de referência é a moto, que geralmente passa a uma velocidade muito superior, e acelera. Assim que a moto passa o carro da frente, o ACC retoma a referência do carro da frente e freia, normalmente de forma intensa.
Na estrada, quando não há nenhum carro à frente, e o motorista enxerga trânsito parado no horizonte, é preciso ficar atento e certificar-se de que o radar também viu os carros parados. Como a maioria dos radares enxerga até 210 metros de distância, pode ser que a frenagem seja brusca, ainda mais se estiver viajando a 120 km/h ou mais.
No entanto, apesar desses percalços, é um item de conforto muito bem vindo em viagens rodoviárias longas e em estradas de mão simples, pois torna a condução mais leve e tranquila, ao saber que há um dispositivo que acelera e freia o carro automaticamente sempre que há um veículo à frente.
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