Suspensão tipo Double Wishbone. O que é isso?
Mais aderência e melhor absorção das imperfeições da via. Todo engenheiro automotivo especializado em suspensão tem esses dois objetivos em mente ao projetar um veículo. A escolha pelo sistema Double Wishbone ou Duplo A não ocorre por acaso. Um conjunto de fatores determina se esta é a melhor solução.
Antes de abordar quais são esses fatores, é preciso explicar o que é e como funciona a suspensão Double Wishbone. Esse tipo de suspensão é formado por dois braços triangulares sobrepostos, ambos ligados ao chassis ou subchassis do veículo, totalizando quatro pontos de apoio na estrutura do veículo.
A outra ponta é ligada a manga de eixo, por meio de pivôs (juntas esféricas). Trata-se de uma construção relativamente simples para uma suspensão independente de alta performance. Os dois braços em formato de ‘A’ permitem ampla movimentação vertical da roda, com deslocamento longitudinal limitado. Molas e amortecedores completam o conjunto.
A suspensão Double Wishbone foi inventada nos anos 1930, sendo uma das primeiras suspensões independentes adotadas pela indústria automotiva. O nome é alusivo ao ‘ossinho da sorte’ encontrado nos frangos, uma vez que os braços triangulares têm o formato similar.
A francesa Citroën começou a usar o Double Wishbone em 1934, nos modelos Roaslie e Traction Avant. Em 1935, a norte-americana Packard Motor equipou o modelo Packard One-Twenty com esse tipo de suspensão, e aproveitou para anunciar a novidade como um equipamento de segurança. Mais exemplos de veículos com Double Wishbone são Aston Martin DB7, Mazda MX-5, Peugeot 407, Citroën C5, Audi R8, entre outros.
Vantagens
O sistema Double Wishbone apresenta características dinâmicas superiores, com a vantagem de oferecer uma ampla gama de geometrias diferentes, além de oferecer muito mais liberdade para instalar molas e amortecedores.
O maior benefício é, no entanto, que quanto mais a suspensão é comprimida, mais negativa é a cambagem, principalmente nos veículos que utilizam braços superiores menores que os inferiores, algo bastante comum nos carros esportivos modernos, como o Audi R8.
O resultado é a possibilidade de atacar curvas com maior velocidade, pois o sistema Double Wishbone faz com que o contato dos pneus com o solo seja maior, o que significa menos rolamento lateral da carroceria.
Outra vantagem é que esse tipo de suspensão é muito mais econômica em termos de espaço vertical, o que possibilita um grau razoável de curso sem a necessidade de aumentar a altura do veículo, lembrando que quanto mais alto é o carro, maior o centro de gravidade, o que afeta de forma negativa na dirigibilidade.
Desvantagens
Como nem tudo são flores, o sistema Double Wishbone tem desvantagens. Uma delas é o maior custo de produção em relação ao sistema mais comum, o MacPherson, que além de ser mais barato é mais simples.
Em relação ao MacPhersson, o sistema Double Wishbone apresenta mais pontos de conexão com o chassis e rodas, o que demanda um maior número de peças. E, quanto mais complexo, maior o custo de manutenção.
Outra desvantagem é o tamanho. Apesar de ser mais econômico verticalmente, o Double Wishbone demanda maior espaço horizontal, graças ao braço superior. Com isso é preciso que o carro seja mais largo, ou ‘roube’ espaço da cabine, ou ainda um pouco dos dois.
Estes são, portanto, os fatores que levam uma montadora a escolher o Double Wishbone como sistema de suspensão de um veículo. Se a dirigibilidade é mais importante do que o custo, este tipo de suspensão é a escolha ideal. No entanto, não é a melhor solução para todos os veículos.
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