Estilo eletrizante marca o subcompacto Fiat 500e
O Fiat 500e é um desses carros de nicho que não tem como não gostar. Subcompacto, é fácil encontrar onde estacionar. Elétrico, roda até 260km com uma carga completa de bateria. Não polui nem emite gases de efeito estufa, é silencioso e bem esperto no trânsito urbano. Roda bem na estrada também, apesar da limitação de velocidade máxima, a 150km/h.
Avaliamos o modelo que é comercializado em versão única, 500e Icon, que custa R$ 258.478. Uma pequena fortuna para um carro tão pequeno, mas esse é o preço da tecnologia e, além disso, do design.
O 500e é movido por um motor elétrico de 118cv de potência e 22,4kgfm de torque máximo. Pequeno e fraco, mas suficiente. É alimentado por um conjunto de baterias de 42kWh, com consumo declarado pela montadora de 14kWh a cada 100km. Acelera de 0 a 100km/h em apenas 9 segundos.
Existem, claro, opções mais ágeis e com melhor espaço interno, com preço similar. É o caso do Renault Zoe ou o Nissan Leaf, que custam R$ 240.489 e R$ 298.873, respectivamente, e contam com motores mais potentes: o Renault tem 135cv e o Nissan 149cv. Mas, nem por isso são melhores do que o Fiat.
A elegância do 500e é marcante, graças à tradição que o modelo carrega. Projetado por Dante Giacosa e lançado em 4 de julho de 1957, na Europa, o Fiat 500 era um carro leve, pequeno e barato, desenvolvido para atender necessidades de uma população que precisava de mobilidade a baixo custo.
O 500e é, portanto, um carro para quem quer se locomover de forma ambientalmente correta e, ao mesmo tempo, em grande estilo. E, claro, como um carro moderno, é equipado com diversas tecnologias que agregam valor e tornam a condução mais prazerosa.
Ao volante
Conduzir o 500e é muito mais fácil e de uma comodidade extrema. Só é preciso alguns poucos minutos para se acostumar com alguns itens que são bastante diferentes dos veículos convencionais, a combustão interna. A primeira é o modo de ‘engatar as marchas’. Por ser elétrico, só tem duas marchas: uma para frente outra para trás. Assim, o 500e não tem alavanca de câmbio, mas, sim, botões seletores no centro do painel, com as inscrições P,R,N e D (Park, Ré, Neutro e Drive). Outra é a forma de abrir internamente as portas. Ao invés das tradicionais maçanetas, o 500e tem botões. Basta apertar o botão e a porta abre (mas também tem maçanetas, escondidas na parte de baixo das portas).
Uma vez acionado o botão de partida do motor, basta apartar D para ir para frente ou R para ir para trás. O P é acionado automaticamente, sempre que se desliga o carro. O 500e tem três modos de condução: Normal, Range e Sherpa. O modo Normal é o que mais se assemelha à condução tradicional de um carro a combustão interna, onde ao desacelerar o carro deslancha sob efeito do freio motor.
No modo Range, que foi a condução mais utilizada no período de teste, pois permite dirigir utilizando apenas o pedal do acelerador, raras foram as vezes que foi preciso pisar no freio, pois o 500e faz amplo uso da frenagem regenerativa para melhorar a recuperação de energia; e o modo Sherpa, que limita o uso de diversos recursos como ar-condicionado e sistemas auxiliares de aquecimento, assim como a velocidade, em 80km/h, para maximizar o consumo.
Dirigir no modo Range pode parecer estranho no começo, mas basta dois ou três minutos para se acostumar com ele. Ao tirar o pé do acelerador, o 500e começa a frear intensamente, até parar completamente. O segredo está em saber controlar a velocidade pelo pedal do acelerador. É possível até descer uma estrada sinuosa, como uma serra, sem precisar pisar no freio, com a vantagem de ter mais autonomia ao final da descida.
Apenas em situações de manobras, como balizas ou entrar de ré na garagem, o modo Normal foi solicitado, pois apesar de tudo, andar de ré é mais fácil controlando a velocidade no pedal de freio.
O 500e é ainda um veículo semi-autônomo de nível 2. Isso significa que o carro oferece recursos de controle adaptativo de velocidade (acelera e freia sozinho, de acordo com a velocidade do carro adiante), e assistente de permanência em faixa, que literalmente ‘puxa’ o carro para o centro da faixa de rolagem.
Tanto na estrada quanto na cidade, esses recursos são bastante úteis e permitem maior segurança e conforto na condução do 500e. A única ressalva é que, sempre que o 500e para, só volta a andar ao acelerar. Não há uma opção de voltar ao movimento por botão, comum em outros veículos com controle adaptativo de velocidade. Outro detalhe é que sempre que o 500e para no trânsito, o brake hold é acionado automaticamente, sem a opção de desativar esse recurso.
O carregamento do 500e é feito pelo cabo que acompanha o veículo, que pode ser ligado em tomadas 110V ou 220V. O tempo para uma carga de 0 a 100% é de 28h em tomada 110V, e 14h no 220V. É possível ainda programar os horários de carregamento, para assim usar sempre a melhor tarifa energética. No entanto, com um carro elétrico, o comportamento do motorista deve ser o mesmo de um smartphone: chegou em casa, plugue o carro na tomada para dar carga, antes de dormir.
Se esquecer e precisar de energia durante o dia, o 500e pode ser recarregado em estações de 7,4kW e 22kW (corrente alternada ou contínua) ou 85kW (estação de carga ultra-rápida de corrente contínua). Nesta última, em 5 minutos de carga é o bastante para rodar até 50km na cidade e com 35 minutos se obtém 80% de carga.
Na semana de teste, carregamos o carro diariamente, com consumo de 42kWh em bandeira verde, um custo de aproximadamente R$ 30 reais. Nada mal.
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