Como identificar as principais falhas das juntas homocinéticas?

Nas oficinas brasileiras, os reparos nas juntas homocinéticas são bastante comuns. Além de transmitirem o movimento do câmbio até as rodas, as duas peças — a fixa e a desliz...

Por teste, Publicado em 14 de agosto de 2019

Como identificar as principais falhas das juntas homocinéticas?
7 Minutos para ler
Nas oficinas brasileiras, os reparos nas juntas homocinéticas são bastante comuns. Além de transmitirem o movimento do câmbio até as rodas, as duas peças — a fixa e a deslizante — trabalham junto com o sistema de suspensão. Com isso, acabam sofrendo com a má qualidade da maioria das estradas brasileiras.  O sistema de juntas homocinéticas utilizado nos veículos modernos é robusto e costuma durar muitos quilômetros. Além disso, o diagnóstico de falhas e a troca das peças são tarefas relativamente simples. No entanto, é preciso conhecimento técnico e ferramentas adequadas.  Quer descobrir como identificar e evitar esses problemas? Continue lendo e fique por dentro das melhores práticas para manter as juntas homocinéticas sempre em bom estado!

A importância do diagnóstico correto

Na hora de avaliar um problema na junta homocinética, o primeiro passo é identificar com precisão a origem do defeito.  Como vários componentes trabalham integrados no conjunto da suspensão e na transmissão, um diagnóstico incorreto pode levar à substituição da peça errada — o que compromete o reparo e gera custos desnecessários.  O ideal é iniciar com um teste de rodagem junto ao cliente, observando os sintomas relatados. Em seguida, deve-se elevar o veículo para inspeção visual detalhada. Se necessário, utilize o elevador para verificar ângulos e folgas com mais precisão.  É fundamental descartar falhas em outros componentes, como cubo de roda, rolamentos ou o próprio câmbio. Além disso, verifique se o semieixo apresenta empenamento ou sinais de desgaste irregular. 

Os principais problemas do sistema

Se o carro estiver com todos os outros componentes em ordem, é hora de concentrar a análise nas juntas homocinéticas. Em alguns casos, fica claro que a peça rodou muito e chegou ao final da sua vida útil, o que é normal. O ponto de atenção é com o desgaste prematuro.  Vale lembrar que o principal sinal de desgaste da junta deslizante é o conhecido “tranco” que aparece nas saídas ou durante as trocas de marchas, em que não se deve confundir com coxim quebrado.   A junta fixa, quando está gasta, costuma “estralar” nas manobras com o carro esterçado. Nos dois casos, é preciso trocar as peças. Além disso, falhas nas juntas também podem ser causadas por problemas em outros componentes, como: coifa; abraçadeiras e lubrificação. 

Ruptura das coifas

A causa mais comum para a quebra precoce da junta homocinética é um problema na coifa. A borracha pode ser atacada por produtos químicos usados na lavagem, por pedras e até por linhas com cerol.  Para piorar, na maioria das vezes, o dono do carro não percebe que a coifa está com problema e roda muito antes de procurar o serviço de um mecânico. A junta passa a trabalhar sem a lubrificação adequada e sofre o ataque de vários materiais contaminantes, como água, areia e barro.  Quando você detectar um caso assim, de ruptura antiga da coifa, é importante retirar a junta homocinética do carro, lavar bem e fazer uma análise detalhada. Se os desgastes forem muito evidentes, não arrisque o seu trabalho. Converse com o cliente e explique o motivo da troca da peça.

Falha nas abraçadeiras

As abraçadeiras soltas são outro ponto de atenção. Durante o diagnóstico de um problema nas juntas ou no momento de instalação de novas peças, verifique se estão bem apertadas. Evite improvisações com modelos inadequados.  Vale lembrar que abraçadeiras frouxas permitem a saída da graxa e a entrada de sujeira. Por outro lado, o excesso de aperto pode furar ou cortar a borracha.  Para obter bons resultados durante o processo, use sempre alicates apropriados (do tipo ponte). O uso de ferramentas inadequadas, como turquesas ou dispositivos improvisados, pode comprometer o serviço.  Também tome cuidados durante a instalação da coifa. Ela não pode estar torcida ou esticada, por exemplo, já que isso gera tensão excessiva e pode levar à ruptura precoce da borracha.

Quebras ou trincas internas

Essas falhas são comuns em juntas deslizantes e geralmente ocorrem devido à alteração da geometria do veículo ou coxins danificados, que provocam esforços fora do padrão nas esferas da junta.  Com isso, ao passar por buracos ou lombadas, a junta é forçada além do limite. Em casos graves, pode até desmontar. O mais comum, porém, são trincas ou desgaste na gaiola ou anel interno.  Por isso, tome os seguintes cuidados:  evite rebaixar ou levantar a suspensão;  redobre a atenção após colisões graves;  Avalie o estado dos coxins;  tome cuidado com preparações de motor para alto desempenho. 

O excesso de aperto

Ao fazer a manutenção do semieixo ou da suspensão, é fundamental usar um torquímetro para apertar a porca da junta fixa. Para isso, é importante utilizar os valores indicados pelo fabricante.  Vale destacar que o excesso de torque pode danificar a rosca ou quebrar a ponta da peça. Também substitua a porca sempre que instalar uma junta nova — ou ao menor sinal de problema.

Os sons que devem ser monitorados

Juntas em mau estado costumam emitir estalos ou cliques quando as rodas giram. Esses ruídos se intensificam durante a aceleração.  Um ronco ao usar o freio motor pode indicar falha na lubrificação. Sons internos, como batidas, principalmente em curvas fechadas ou mudanças de direção, também exigem investigação.

Os detalhes para realizar a troca

A avaliação pode ser feita a cada 10 mil km rodados e não há uma quilometragem específica para a troca.  Além de ter o conhecimento técnico para o processo, é preciso seguir os procedimentos de cada fabricante.  Nesse sentido, é preciso consultar o manual — e optar por peças de marcas respeitadas no mercado. Durante a substituição, também é preciso tomar o cuidado de utilizar um torquímetro para fixar o cubo, como já citamos, e aumentar a durabilidade do componente. 

O significado das quebras frequentes

Como falamos no início, as juntas homocinéticas são projetadas para durarem muitos quilômetros. Então, se o cliente reclamar que trocou o componente várias vezes, alerta vermelho! Existe aí algo de errado com o veículo ou com a manutenção anterior.  Confira os detalhes para ter em mente! 

A importância da lubrificação

Um bom exemplo é a lubrificação. Na montagem da junta fixa, é preciso aplicar todo o conteúdo do tubo de graxa diretamente na peça — fazendo movimentos para ficar bem distribuída, usando o lubrificante que acompanha a peça ou o kit de reparo.

Os problemas estruturais

Além disso, se for preciso, converse com o dono do veículo para saber o histórico de manutenções e faça uma inspeção detalhada na suspensão e nos pontos principais do monobloco ou chassi. Quando fica algum detalhe para trás depois de um acidente, vários defeitos podem ser encontrados:  os pontos de ancoragem da suspensão ficam fora de posição;  o agregado pode estar desalinhado;  o monobloco ou chassi ficou com algum dano estrutural;  os semieixos estão empenados ou têm outro defeito grave;  o coxim do motor ou câmbio quebrado;  o veículo foi montado com as juntas ou os semieixos errados.

Os cuidados preventivos

Depois de qualquer manutenção na suspensão, na direção ou na transmissão, refaça o alinhamento. Oriente também o cliente a realizar inspeções preventivas a cada 10 mil km.  Para facilitar o seu trabalho, que tal explicar aos seus clientes o que são as juntas homocinéticas e quais práticas podem danificá-las com o tempo? Temos este material de leitura de que eles vão gostar!  Gostou de saber mais sobre as juntas homocinéticas? Então, não perca a oportunidade de receber gratuitamente e sempre em primeira mão todos os nossos conteúdos técnicos. Para isso, basta nos seguir nas redes sociais: estamos no X, no YouTube, no Facebook e no Instagram! 

Você também pode gostar