Impressão 3D. Alternativa para peças fora do catálogo?

Em um futuro talvez pouco distante, deixar de consertar o carro por falta de peça no mercado será algo obsoleto, graças à tecnologia de impressão 3D ou manufatura aditiva. Essa técnica de produzir um objeto a partir de um filamento ou resina tende a revolucionar o setor de autopeças, principalmente dos componentes fora de catálogo.
O famoso milionário e colecionador de carro Jay Leno já aderiu à tecnologia. Com mais de 200 veículos na coleção, alguns deles centenários, ele sabe que não adianta garimpar. Investiu em um equipamento para ele mesmo produzir as peças raras que precisa, além de confeccionar peças personalizadas.
Mas, o que é possível imprimir? Quase tudo. Desde pequenas peças de acabamento até um veículo inteiro! E essa é a proposta do Czinger 21C, um superesportivo híbrido desenvolvido na Califórnia (EUA), com motor V8 de de 1.200 cv de potência, que é 100% fabricado por meio de tecnologia 3D, do chassi ao motor, assim como a carroceria, câmbio etc. A ideia é fazer poucos carros, ao preço de US$ 1,7 milhão cada.
Esse tipo de notícia chega como alívio e esperança para quem sofre com falta de peças. Mas, o preço ainda é elevado, pois uma impressora 3D custa em média R$ 2 mil, além dos insumos necessários para a produção da peça, que pode ser em plástico comum (ABS, PLA) ou de engenharia (PC, Nylon, PC-ABS, PC-ISSO, PSU), ligas metálicas (ligas inoxidáveis, alumínio, titânio, cobre, metais preciosos) e resinas (termo líticos, fotossensível, epóxi, borracha).
O preço da impressão 3D depende de diversos fatores. O primeiro deles é a disponibilidade do arquivo 3D da peça, pois se for preciso desenhar ou scanear a peça, o custo aumenta, Outro fator é a tecnologia de impressão 3D, uma vez que existem diversas tecnologias disponíveis, como estereolitografia (SLA), sinterização seletiva a laser (SLS), modelagem de deposição fundida (FDM), processo de luz digital (DLP), multi jet fusion (MJF), sinterização a laser de metal direto (DMLS), derretimento de feixe de elétrons (EBM), e PolyJet.
Cada tecnologia de impressão apresenta velocidade, precisão, produtividade, preço e diversidade de materiais característicos, portanto o tipo, tamanho e propósito da peça é fator importante para determinar qual a melhor tecnologia a ser empregada.
O tipo de material que será utilizado na produção da peça também deve ser considerado. Uma peça plástica de acabamento rústico é mais barata do que uma peça similar, mas de acabamento fino. Por fim, tamanho, complexidade e nível de acabamento da peça também são fatores que influenciam na hora da impressão.
Exemplos
Já faz tempo que as grandes montadoras aderiram à impressão 3D nos projetos automotivos, principalmente na produção de protótipos de novos veículos. Mas algumas já foram além, como a BMW, que imprime peças de carros clássicos, que não são mais produzidas. Basta o cliente enviar a peça para que seja scanneada e pronto! A equipe da montadora imprime uma novinha.
Outra montadora que também faz uso da impressão 3D nos modelos antigos é a Porsche Classic, que utiliza a tecnologia SLM (fusão a laser seletiva) de impressão (similar à SLS) em componentes de aço, metal e plástico.
Vantagens
Além da vantagem clara de se obter o componente necessário que não se encontra mais, a impressão 3D de peças automotivas traz outros benefícios como a otimização da peça, com redução de peso.
Além disso, é possível personalizar a peça ao gosto do freguês. A ideia de oferecer aos clientes a possibilidade dele mesmo imprimir em casa peças personalizadas já é uma realidade para os fãs da marca RAM. Com o lançamento da nova picape Rampage, a marca passou a disponibilizar gratuitamente projetos de acessórios que os clientes podem produzir em uma impressora 3D.
Nesse primeiro momento são seis itens, todos para serem encaixados no andar de baixo do console central da picape Rampage: dois suportes para carregadores de celular, porta-objetos com ganchos para lixeirinha, divisória interna, emblema RAM e a cabeça do carneiro vintage, no estilo dos ornamentos de capô usados pela Dodge nos EUA entre os anos 1930 e 1980.
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Texto por: Alexandre Akashi