Quais são os 7 riscos de usar pneus reformados

Eles custam menos, parecem novos e prometem rodar por muito tempo — mas será que os pneus reformados realmente valem a pena? Esse tipo de produto é resultado de um processo de reaproveitamento da estrutura original, com aplicação de uma nova banda de rodagem. Muito comum em veículos de carga, também é oferecido para carros de passeio.
Apesar da economia aparente, essa escolha pode trazer dúvidas importantes, especialmente quando o assunto é segurança. Neste artigo, você vai entender o que diz a lei sobre o tema, os riscos envolvidos e como fazer uma substituição mais segura. Siga a leitura!
O que são os pneus reformados?
Os pneus reformados passam por um processo que visa reaproveitar sua carcaça, substituindo apenas a banda de rodagem desgastada. A ideia é simples: reutilizar o que ainda está em boas condições, aplicando uma nova camada de borracha para que o item volte a rodar.
Essa prática é comum principalmente no setor de transporte pesado, como caminhões e ônibus, mas também é oferecida para veículos de passeio. O serviço pode ser chamado de recapagem, recauchutagem ou remoldagem — cada termo com suas particularidades técnicas.
Para o motorista comum, o principal atrativo é o preço. Um reformado pode custar até 50% menos do que um novo. Mas é bom reforçar que um custo mais baixo nem sempre compensa os riscos envolvidos, como veremos adiante no texto.
O que diz a legislação sobre a reforma de pneus?
No Brasil, essa prática é legal e regulamentada, assim como outras. O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) estabelece normas técnicas por meio da Resolução nº 416/2009, com o objetivo de minimizar impactos ambientais e garantir um mínimo de segurança no processo.
O serviço só pode ser feito por empresas certificadas pelo INMETRO, que devem seguir critérios rigorosos de inspeção e qualidade. O produto resultante precisa ter uma identificação visível na lateral, informando que foi reformado.
Há, no entanto, uma limitação importante: no caso de motocicletas e automóveis, a recomendação é que o procedimento não seja feito mais de uma vez. O uso repetido em carros de passeio é considerado arriscado e desaconselhado pelos fabricantes.
Quais são as diferenças entre pneus remoldados, recauchutados e riscados?
Embora todos sejam formas de reaproveitamento, os processos de reforma de pneus têm diferenças importantes.
A recauchutagem consiste na substituição da borracha desgastada da banda de rodagem e dos ombros do pneu. Já no caso do remold, a renovação é mais ampla: além da banda de rodagem, os flancos também recebem uma nova camada de borracha, cobrindo toda a parte externa.
Nos dois casos, a carcaça é completamente raspada e depois revestida com material novo, fixado com adesivos específicos. Mas é bom lembrar que nem todo pneu suporta esse tipo de processo.
No caso das motocicletas, por exemplo, a estrutura é mais fina e não foi projetada para esse tipo de reforma. Além disso, a carcaça tende a estar bastante desgastada ao final da vida útil, o que inviabiliza o reaproveitamento.
Já os pneus riscados seguem outro caminho. Eles recebem sulcos adicionais feitos com uma ferramenta aquecida, parecida com um ferro de solda, que desenha novos frisos seguindo o padrão original — uma técnica comum em veículos pesados, mas que também exige cautela quanto à profundidade e ao estado do pneu.
Quais são os riscos de usar pneus reformados?
Apesar da legalidade, os riscos dos pneus reformados merecem atenção, especialmente em carros pequenos. A seguir, listamos os principais problemas que esse tipo de produto pode trazer:
1. Descolamento da banda de rodagem
Um dos maiores perigos é a parte reformada se soltar durante o uso, principalmente em alta velocidade ou sob forte calor. Isso compromete o controle do veículo e pode causar acidentes graves.
2. Desgaste irregular e prematuro
Mesmo quando bem executado, o processo tende a gerar desgaste menos uniforme e uma durabilidade inferior em relação aos modelos novos.
3. Redução da aderência em piso molhado
Esses pneus geralmente apresentam menor eficiência em dias de chuva, aumentando o risco de aquaplanagem e a distância de frenagem.
4. Desempenho inferior em frenagens e curvas
A estrutura original pode ter sofrido danos invisíveis, o que afeta o comportamento do carro em situações críticas, como curvas fechadas ou paradas bruscas.
5. Dificuldade de balanceamento
Mesmo com aparência aceitável, a carcaça pode conter imperfeições internas que dificultam o balanceamento, gerando vibrações e desconforto.
6. Histórico desconhecido
É impossível garantir que a estrutura utilizada não tenha passado por impactos severos, furos ou desgastes comprometidos. Isso eleva o risco de falhas repentinas.
7. Limitações para inspeções futuras
Itens reformados dificultam a leitura de desgastes e o acompanhamento da profundidade da banda de rodagem, atrapalhando a manutenção preventiva.
Como escolher pneus adequados para substituição?
Se você decidiu não reformar, é importante saber como escolher novos modelos que unam segurança e economia. Aqui vão algumas dicas para ajudar nessa escolha:
Antes de comprar, leve em conta os seguintes fatores:
Entenda a medida ideal do seu veículo
Consulte o manual do proprietário ou a lateral do item original. Usar medidas diferentes da recomendada pode afetar a estabilidade e o consumo de combustível.
Prefira marcas confiáveis
Evite produtos sem procedência clara. Marcas reconhecidas têm processos de fabricação controlados, passam por testes rigorosos e oferecem garantia.
Avalie o selo do INMETRO
O selo garante que o produto foi testado quanto à resistência, frenagem e durabilidade. Modelos sem essa certificação devem ser evitados.
Compare custo x durabilidade
Às vezes, o mais barato se desgasta rapidamente. Vale fazer as contas considerando a vida útil e o desempenho em diferentes condições.
Considere modelos com baixa resistência ao rolamento
Eles ajudam a reduzir o consumo de combustível e são ideais para quem roda muito na cidade.
Verifique a data de fabricação
Mesmo sem uso, a borracha envelhece. Dê preferência a modelos com menos de dois anos de fabricação.
A decisão de usar pneus reformados deve ser tomada com cautela. Embora legal e, em alguns casos, economicamente atraente, essa opção carrega uma série de riscos que nem sempre compensam a economia inicial.
No dia a dia, priorizar a segurança é sempre o melhor caminho. Para isso, repensar o uso de pneus reformados é um passo importante. Afinal, a tranquilidade ao dirigir vale mais que qualquer economia.
E aí, aprendeu mais sobre os riscos dos pneus reformados? Faça seu cadastro no blog e visite a Nakata no Facebook, YouTube, Twitter, Instagram e Spotify. Você encontrará muitos conteúdos interessantes sobre a tecnologia automotiva e as novas oportunidades que estão surgindo.