Renault Kwid 2023: econômico ao extremo

Nos últimos 12 meses (fevereiro 2021 a fevereiro 2022), o preço da gasolina aumentou 42,71% e o etanol 36,17%, segundo o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Diante deste cenário, possuir um veículo econômico é fundamental. O SUV subcompacto Kwid, da Renault, mostrou que pode ser uma boa opção nesse quesito.
Avaliamos a versão Intense (intermediária) do recém-lançado Kwid 2023, que recebeu melhorias no motor. Como consequência, o pequeno veículo ficou ainda mais econômico, a ponto de atingir a incrível marca de 18 km/l, abastecido 100% com etanol, em teste padrão de consumo.
Nosso teste padrão de consumo é realizado em velocidade constante de 80 km/h, em estrada pavimentada, por um percurso fixo de 12 km, com vidros fechados e ar-condicionado ligado. Assim, conseguimos comparar diversos modelos de veículos em situações idênticas de uso.
Segundo a Renault, o Kwid 2023 passou por aprimoramentos no motor 1.0 SCe (Smart Control Efficiency), que ganhou nova central eletrônica de gerenciamento e recebeu sensor de fase no comando de válvula. Com 3 cilindros, 12 válvulas, duplo comando de válvulas (DOHC) e bloco de alumínio, o motor gera 71 cv de potência e 10 kgfm de torque máximo quando abastecido com etanol. Com gasolina, rende 68 cv de potência e torque máximo de 9,4 kgfm.
Certo é que o teste padrão de consumo é realizado em velocidade constante, e no trânsito do dia a dia, o anda e para é frequente. Para auxiliar na redução do consumo de combustível, a Renault adotou o sistema Start&Stop como item de série em todas as versões do Kwid. Esse sistema desliga e religa o motor automaticamente em paradas de semáforo ou no trânsito intenso. Segundo a montadora, esse sistema consegue economia de até 5% no consumo do veículo.
Durante a avaliação utilizamos bastante o Start&Stop, que funcionou perfeitamente em todas as situações. Nas paradas de semáforo, o motor desligava e só religava ao pisar no pedal da embreagem. Ao parar em descidas, ao atingir 5 km/h o motor voltava a funcionar. Outra situação que aciona o motor, mesmo parado, é o ar-condicionado. Nos melhores percursos, chegamos a fazer mais de 13km/l com etanol.
Segundo dados do Inmetro, os números oficiais de referência de consumo do Kwid 2023 são 15,3 km/l com gasolina e 10,8 km/l com etanol, na cidade e, na estrada, 15,7 km/l com gasolina e 11 km/l com etanol.
Outra tecnologia aliada ao consumo de combustível foi a adoção do sistema ESM (Energy Smart Management) de regeneração, que tem funcionamento simples e eficiente: durante a desaceleração do carro, quando o motorista retira o pé do acelerador, o motor continua girando sem consumir combustível. Nesse momento, o alternador automaticamente passa a recuperar energia e enviá-la para a bateria, que aumenta sua carga sem consumo de combustível. Durante a aceleração, o alternador não precisa “roubar” energia do motor para enviar à bateria, já que houve a carga na desaceleração. Esse sistema garante um consumo até 2% menor.
As inclusões do sistema de monitoramento da pressão dos pneus (TPMS), por meio de um sinal luminoso no painel, e dos pneus verdes, que têm 20% a menos de resistência de rolagem, também contribuem para a redução do consumo de combustível e da emissão de CO2.
Outras tecnologias que o Kwid 2023 recebeu, de série, foram o controle de estabilidade (ESP) e o assistente de partida em rampa (HSA), além de quatro airbags (dois frontais e dois laterais).
Design
O modelo 2023 do Kwid ficou mais agradável visualmente. A nova frente conta com faróis de rodagem diurnos em led na parte superior, na mesma altura da grade, onde normalmente são posicionados os faróis, que agora estão mais abaixo. Algo similar ao que ocorre no Fiat Toro.
Na traseira, a novidade são as lanternas em led e os refletores integrados ao para-choque. A versão Intense conta como opcional pintura em dois tons, como a avaliada: branco com teto preto.
Na parte interna, um novo painel de instrumentos tornou o Kwid mais interessante, com mostradores em led, e com medidor da temperatura do motor integrado.
Em movimento
O Kwid surpreendeu na semana de avaliação do modelo. Muito mais pela agilidade e dinâmica do que pelo consumo, que foi extraordinário. Pequeno, sem muitos luxos, mas muito bem acabado, o sub-compacto de pneus 165/70 R14 mostrou ser confortável para rodar nas ruas esburacadas e bastante esperto na estrada, em velocidades até 120 km/h.
A suspensão elevada característica de SUV, com vão livre do solo de 180 mm, e ângulos de ataque e saída de 24 e 40 graus respectivamente, é acertada para encarar lombadas e, principalmente valetas, onde muitos carros raspam o fundo do para-choque.
Por conta disso, no entanto, o Kwid requer um pouco de atenção nas curvas, principalmente as de velocidade mais altas, em estradas. A sensação de instabilidade é maior, e, portanto, não se deve abusar. Mas, nada que tire o brilho da condução.
Até mesmo a vibração do motor 3 cilindros é bem filtrada pelos coxins, e mesmo o ruído característico desse tipo de motor é interessante e agradável de ouvir.
Há apenas alguns pequenos desagrados no modelo avaliado, como o botão para mudar as informações do computador de bordo no painel, que fica localizado bem ao centro do painel, e as manivelas de acionamento dos vidros traseiros, que poderiam ser elétricos.
Gostou de ler sobre o Renault Kwid? Para ler outras avaliações e conteúdos interessantes sobre o mercado automotivo, faça o seu cadastro no blog e visite a Nakata no Facebook, YouTube, Twitter, Instagram e Spotify. Aqui você sempre fica por dentro de todas as novidades!