Reciclagem de veículos e peças: sabe por que é tão importante?
Você conhece a importância da reciclagem de veículos? Consegue imaginar o mundo atual sem nenhum carro, caminhão, ônibus ou moto circulando pelas ruas e estradas? Impossível, não é mesmo? Para dar uma ideia sobre o tamanho da frota global, os estudos dos fabricantes falam em 1,3 bilhão de veículos leves e pesados, além de 300 milhões de motocicletas.
Como as montadoras produzem cerca de 140 milhões de unidades novas a cada ano, a mobilidade virou um grande problema para o planeta. As energias alternativas, como a eletricidade e o hidrogênio, podem ser uma parte da solução. Mas outro grande desafio é o que fazer com tantos veículos e peças velhas.
Hoje vamos falar sobre esse tema. Pode até parecer coisa de ecologista chato, mas as questões ambientais vão alterar todo o mercado. As oficinas devem ficar atentas com as novas relações entre os donos e os carros, a profissionalização da reciclagem e as leis ambientais. Achou interessante? Siga com a gente!
Apenas um meio de transporte
No Brasil, onde o carro ainda é uma grande paixão, fica difícil imaginar que um modelo 2012, em perfeito estado, seja entregue para ser desmanchado numa recicladora de veículos. Na Espanha, por exemplo, funciona assim. Em troca, o proprietário ganha um bônus para comprar um zero quilômetro que polui menos.
Por aqui, a pressão para criar um programa de inspeção e renovação da frota sempre foi grande. Mas nunca saiu do papel. Agora, por causa dos acordos mundiais para a redução da poluição, isso pode mudar. Para os mecânicos, será uma mistura de desafio com oportunidade. Procure estar bem informado e capacitado.
Com os veículos cada vez mais caros, as restrições para circular, a praticidade dos aplicativos de transporte e os planos de aluguéis das próprias fábricas, é certo que muitas pessoas vão desistir de ser donos. As oficinas precisarão ficar atentas. Vão perder clientes? Ou ganharão bons contratos com os frotistas?
A profissionalização do setor
Nos próximos anos, é certo que as leis ambientais ficarão mais severas, a tecnologia automotiva seguirá avançando rapidamente e os veículos serão descartados cada vez mais cedo. Tudo isso causará uma mudança radical nos desmanches. Nos países desenvolvidos, os tradicionais “ferros-velhos” não existem mais.
Para começar, com os preços atuais dos imóveis não faz sentido ocupar uma grande área com carros velhos. Também existem os problemas ambientais, as doenças (como a dengue) e as pragas urbanas. Por último, está a questão da produtividade. Hoje, o mundo desmonta mais de 30 milhões de veículos a cada ano.
É por isso que as empresas de reciclagem automotiva estão avançando rapidamente. São bem organizadas, o processo é muito limpo, seguem todas as regras ecológicas, vendem as peças em bom estado pela internet e usam alta tecnologia para lucrar ao máximo. O aproveitamento de um carro ultrapassa os 95%!
Todos os líquidos são enviados para indústrias especializadas: lubrificante do motor e da transmissão, combustível, óleo de freio, fluido da direção ou embreagem hidráulica, água do radiador, etc. O gás do ar-condicionado também é reciclado. Ao final, os resíduos que sobram da limpeza são coletados e tratados.
Na Europa, por exemplo, reciclar as carrocerias é muito fácil. Desde 1997, os países da região criaram uma legislação única para simplificar o processo. Você já reparou que as peças plásticas dos carros mais novos são cheias de letras, números e símbolos? São indicações para guiar a separação.
Além dos metais e plásticos, que sempre foram mais simples de reaproveitar, nas últimas décadas criaram novas tecnologias para reciclar os para-brisas laminados, peças em fibra ou outros compostos, borrachas, espumas e tecidos. Muitos desses produtos viram materiais para a construção civil.
Ótimos exemplos por aqui
Nos assuntos de reciclagem, o Brasil é uma referência mundial. Nosso setor automotivo ainda está atrasado em relação a alguns países, mas tivemos importantes avanços na legislação durante os últimos anos e contamos com algumas empresas que desmontam veículos com um alto padrão de qualidade.
Por parte do governo federal, duas leis fundamentais foram a 12.305/2010, que criou a “Política Nacional de Resíduos Sólidos”, e a 12.977/2014, que “Regula e Disciplina a Atividade de Desmontagem de Veículos”. A partir dessas mudanças, vários estados e municípios também criaram normas semelhantes.
Ao menciar a reciclagem de veículos, logo falamos em recicladoras automotivas, dois sucessos brasileiros são a JR Diesel, na linha pesada, e a Renova Ecopeças, no segmento leve. Todos os anos, desmontam milhares de unidades com o mesmo padrão tecnológico e compromisso ambiental que encontramos nos melhores países.
Exigências para as oficinas
Além de reciclar os veículos fora de uso, outra prioridade global é dar o destino certo para as peças trocadas, os fluidos usados e todos os lixos gerados pelas oficinas. No Brasil, desde a chegada da nova lei de resíduos sólidos, as prefeituras ficaram muito mais rigorosas com a reparação automotiva.
Para dar um exemplo das exigências atuais, em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, o licenciamento ambiental de uma oficina mecânica envolve uma série de trabalhos:
- colocação de piso impermeável,
- instalação de canaletas para a drenagem de óleo e água,
- montagem de um sistema que separe a água e o óleo na rede de esgoto,
- uso de uma lavadora de peças com filtro e reaproveitamento do solvente,
- contratação de uma empresa especializada em coleta de óleo usado,
- contratação de uma empresa encarregada de reciclar as sucatas e baterias.
Além desses cuidados básicos, muitas empresas do nosso setor estão descobrindo que preservar a natureza é um ótimo caminho para melhorar a organização, a limpeza, o profissionalismo e até o faturamento. Cada vez mais, encontramos oficinas e comércios de peças com iniciativas eficientes e ecológicas:
- implantam a coleta seletiva em todos os setores,
- apoiam as fábricas em projetos de logística reversa ou remanufatura,
- instalam sistemas para captar e aproveitar a água da chuva,
- ampliam a entrada de luz e ventilação natural,
- trocam as lâmpadas por modelos de baixo consumo,
- instalam painéis solares para a geração de eletricidade e calor.
Ser ecológico é um diferencial
Quem trabalha de uma forma sustentável ainda tem outra recompensa valiosa: o reconhecimento dos clientes. As pessoas estão muito conscientes sobre os problemas do planeta e começam a dar preferência para as empresas que apoiam essa causa. Hoje, a ecologia é fundamental para o sucesso!
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