A eletrificação está chegando. Você está pronto para mudar?
Em 2020, publicamos uma primeira matéria aqui no blog sobre o avanço dos veículos híbridos e elétricos a bateria. Desde então, apesar de todas as limitações da pandemia, a eletrificação seguiu batendo recordes em todo o mundo. Aqui no Brasil, mesmo sem grandes incentivos, as vendas crescem a cada dia.
Mas, como em todo “assunto da moda”, começam a surgir opiniões a favor, outras contra, vários boatos e até “teorias conspiratórias”. Por essa razão, a Nakata decidiu fazer uma nova reportagem sobre o tema. É um resumo da experiência acumulada em mais de 20 anos pelos seus consultores.
Se você é um profissional da reposição, seja no comércio ou numa oficina, siga com a gente e descubra como essa mudança pode criar grandes oportunidades para todos!
Uma “novidade” centenária
Primeiro, é importante lembrar que os veículos híbridos e elétricos existem desde os primeiros anos da indústria automobilística. Em 1899, o carro mais rápido do mundo era elétrico. Thomas Edison, o inventor da lâmpada, também apostou na ideia e chegou a fabricar mais de 1 milhão de baterias por ano!
Uma curiosidade que poucos sabem é que também fizemos parte dessa história. Na cidade do Rio de Janeiro, capital do Brasil na época, a Light chegou a ter uma frota de caminhões e ônibus com as baterias de Edison, que eram de níquel-ferro. Um veículo sobreviveu e está no museu da empresa até hoje.
Cinco décadas de pesquisas
Outro visionário foi o engenheiro João Amaral Gurgel. Em 1974, apresentou o Itaipu, um carro elétrico totalmente nacional. Também pensou na estrutura de recarga e falava em uso compartilhado. Anos depois, em 1981, fabricou em série o furgão a bateria E-400, para entregas urbanas. Pensava muito à frente!
E, nos últimos 20 anos, várias empresas brasileiras e grupos multinacionais passaram a investir forte no desenvolvimento de veículos eletrificados. São nomes “de peso”, como a Eletra, WEG, Moura, Randon, Itaipu, Fiat, Renault, Volkswagen e Toyota. O que está surgindo agora é apenas o resultado desse esforço.
A hora da mudança chegou
Como você notou, os elétricos estão muito longe de ser uma novidade ou “a última moda”. No mundo, venderam mais de seis milhões de veículos leves eletrificados no ano passado, o dobro de 2020. Para entendermos de onde vem toda essa “força”, confira as 10 vantagens atuais da eletrificação:
1 – A tecnologia é conhecida e muito confiável,
2 – As baterias estão melhores e mais baratas,
3 – A eletrônica tira o máximo dos motores elétricos,
4 – As energias solar e eólica avançam a cada ano,
5 – Os combustíveis tradicionais estão caros,
6 – As leis sobre as emissões ficaram muito severas,
7 – As cidades estão saturadas de poluição e ruído,
8 – A causa ambiental atrai cada vez mais pessoas,
9 – As empresas mudam para não perder clientes,
10 – Existem elétricos desde o patinete até o ônibus!
Recordes também no Brasil
Ao contrário de vários países, os incentivos à eletrificação da frota quase não existem por aqui. Mas, mesmo assim, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico, temos cerca de 80 mil unidades rodando. Em 2021, foram emplacados quase 35 mil! Na maioria, são carros híbridos de uso particular.
A partir deste ano, esse perfil deve mudar. Nossos frotistas estão apostando forte na eletrificação. A Ambev comprou 2.750 caminhões elétricos. Serão fornecidos pela Volkswagen, JAC e a nova FNM. Outro exemplo é a Unidas. Até dezembro, a locadora terá 1.600 veículos a bateria e mais 400 híbridos.
Os lançamentos não param
Com clientes tão bons, opções não faltam. Atualmente, temos mais de 70 modelos à venda. Como os primeiros híbridos chegaram em 2010, muitos carros também começam a aparecer nas oficinas. Agora é o momento certo para apostar nessa frota e sair na frente! Veja a quantidade de eletrificados:
Audi
Q7: híbrido leve 48V
Q8: híbrido leve 48V
e-Tron: elétrico
e-Tron GT: elétrico
BMW
i3: elétrico
i4: elétrico
iX: elétrico
iX3: elétrico
Série 3: híbrido plug-in
Série 5: híbrido plug-in
Série 7: híbrido plug-in
X3: híbrido plug-in
X5: híbrido plug-in
BYD
Tan: elétrico
Han: elétrico
Furgão eT3: elétrico
Caminhão eT7: elétrico
Caminhão eT8: elétrico
Ônibus D7: elétrico
Ônibus D9: elétrico
Ônibus D11: elétrico
Caoa Chery
Arrizo 5e: elétrico
Chevrolet
Bolt: elétrico
Citroën
Ë-Jumpy: elétrico
Eletra
Ônibus: elétricos e híbridos
Módulos para conversão
Ferrari
SF90: híbrido
Fiat
500e: elétrico
Ford
Fusion (de 2010 a 2019): híbrido
Honda
Accord: híbrido
JAC
iEV40: elétrico
E-JS1: elétrico
E-JS4: elétrico
E-J7: elétrico
Furgão iEV750: elétrico
Pick-up iEV330P: elétrico
Caminhão iEV350T: elétrico
Caminhão iEV1200T: elétrico
Jaguar
F-PACE: híbrido plug-in
I-PACE: elétrico
Kia
Stonic: híbrido
Land Rover
Range Rover: híbrido plug-in
Lexus
ES 300h: híbrido
LS 500h: híbrido
NX 300h: híbrido
RX 450h: híbrido
UX 250h: híbrido
Maserati
Ghibli: híbrido
McLaren
Artura: híbrido
Mercedes-Benz
Classe C: híbrido leve 48V
Classe E: híbrido leve 48V
GLE: híbrido leve 48V
GLS: híbrido leve 48V
EQC: elétrico
Classe S (de 2010 a 2011): híbrido
Mini
Cooper S: elétrico
Cooper SE Countryman: híbrido plug-in
Nissan
Leaf: elétrico
Peugeot
208 e-GT: elétrico
e-Expert: elétrico
Porsche
Cayenne: híbrido
Panamera: híbrido
Taycan: elétrico
Randon
Semirreboque: híbrido
Renault
Zoe: elétrico
Kangoo Z.E.: elétrico
Toyota
Corolla: híbrido
Corolla Cross: híbrido
RAV4: híbrido
Prius (de 2012 a 2021): híbrido
Volkswagen
Caminhão e-Delivery: elétrico
Ônibus: híbrido
Volvo
S90: híbrido plug-in
XC40: elétrico
XC40: híbrido plug-in
XC60: híbrido plug-in
XC90: híbrido plug-in
Cada eletrificado é um caso
Para entender esse mercado, é importante conhecer os três principais tipos de veículos com tração elétrica: híbridos, “puros” a bateria e convertidos. Nas autopeças e oficinas, a tecnologia híbrida logo fará parte do dia a dia. Mas também existem variações, como os “leves”, “em paralelo”, “em série” e “plug-in”.
Os híbridos “leves” geralmente usam um alternador diferente. É mais robusto e tem um conjunto especial de correia e tensionador para atuar também como motor de partida. Em vários carros, esse componente gera 48 volts (existe um conversor para 12V) e ajuda o motor durante as acelerações.
Nos modelos “em paralelo” a tração elétrica é limitada e apenas auxilia a mecânica tradicional. As versões “em série” são movidas pelo motor elétrico e um gerador a combustível carrega as baterias. Um “plug-in” pode rodar vários quilômetros com eletricidade e ser recarregado na rede.
Mas, apesar dos híbridos ainda dominarem a frota eletrificada, o veículo do futuro é o elétrico “puro”. Existem versões com um motor único, dois motores (dianteiro e traseiro) ou tração direta e independente em cada roda. As baterias estão ficando cada vez mais potentes e costumam ocupar todo o assoalho.
Para os antigos e seminovos, desde carros até caminhões, uma alternativa que está ganhando força é a conversão, também chamada de “retrofit”. É possível instalar kits completos com o motor elétrico, o módulo eletrônico, as baterias e até os acessórios eletrificados, como a direção e o ar-condicionado.
No mundo, essa solução está avançando rápido e cria um mercado muito próspero para a reposição. Ao contrário de um modelo novo, o “convertido” geralmente é feito com o apoio de pequenas lojas e oficinas. Em alguns países, como a França, quem converte ganha até 5.000 euros do governo.
Não perca as oportunidades
Para aproveitar essa mudança, o melhor caminho é procurar um bom curso sobre veículos eletrificados. Existem formações rápidas (até pela internet), cursos técnicos, faculdades e pós-graduações. Com esse conhecimento, você vai se destacar! Seja como empresário, gestor, vendedor ou mecânico.
Também é importante ler muito sobre o assunto, desde as revistas automotivas aos manuais técnicos. Para os mecânicos, esse ponto é fundamental. Sem informações confiáveis, o profissional pode arriscar a vida! É preciso saber como desligar a alta tensão e, ao mesmo tempo, não afetar a eletrônica.
Segurança em primeiro lugar
Para dar um exemplo, nos híbridos “em paralelo” a tração elétrica costuma ficar perto do volante do motor ou dentro do câmbio. É impossível fazer um reparo com segurança sem o manual de serviço do carro, um jogo de ferramentas isoladas e todos os EPIs. Só para lembrar: os sistemas atuais usam até 900 volts!
A recarga das baterias é outra preocupação. Mundo afora, várias oficinas pegaram fogo ao deixar os carros dos clientes carregando. É preciso fazer uma rede nova e potente. Outro erro que pode custar caro é improvisar nos consertos. É preciso ter os scanners e equipamentos para os elétricos, não tem “jeitinho”.
Amplie sua rede de contatos
Outra dica é começar a descobrir os principais fabricantes de peças para os veículos eletrificados. A Automec, por exemplo, pode ser ótima fazer uma sondagem. Na Europa, onde a mudança está bem adiantada, os varejos e oficinas estão reclamando que faltam produtos com qualidade e preço justo. Fique atento!
Também procure formar novas parcerias. Converse com eletricistas, especialistas em eletrônica, enroladores de motores, vendedores, etc. No futuro, se você trabalhar com conversões, esses contatos serão fundamentais. A exemplo do GNV, a legalização é complexa e exige até engenheiros responsáveis.
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