Gasolina ou álcool: esclarecemos 7 mitos sobre o assunto
Assim como ocorre com o câmbio automático até hoje, existem muitas lendas sobre o uso desses dois combustíveis, principalmente após a popularização dos veículos flex. Os aditivos aumentam a potência ou estragam o motor? Reduzem o consumo ou não? É provável que você tenha ouvido essas polêmicas diversas vezes.
Pensando nisso, preparamos um conteúdo para esclarecer as maiores dúvidas. Quer aprender mais sobre as características da gasolina e do etanol? Descobrir como realizar uma manutenção preventiva de qualidade? Pegar algumas dicas para aproveitar melhor cada litro de combustível? Continue com a gente!
Está com pressa? Você também pode ouvir este artigo, confira!
Desvendando os Mitos
A seguir, vamos explicar algumas questões que sempre surgem entre os motoristas. Certas crenças até fazem sentido, mas muitas são absurdas, confira:
Mito 1: os aditivos melhoram o consumo
Não é verdade. A gasolina aditivada faz os mesmos quilômetros por litro que a normal. Por sinal, sua função não é ser mais econômica, como muitos dizem. A diferença na formulação inclui apenas uns produtos que auxiliam na limpeza de certas partes do veículo. Age principalmente desde o tanque até os pistões.
Em alguns casos, pode até ocorrer uma melhora no consumo. Mas a explicação é que, quando o sistema de alimentação e o motor estão muito sujos e carbonizados, é natural que carro gaste mais e ande menos. Mas uma limpeza profunda na oficina resolveria o problema da mesma forma ou até melhor.
O mesmo acontece em relação ao etanol. Os aditivos servem principalmente para manter tudo limpo e reduzir a corrosão. Para ir “direto ao ponto”, se a diferença nos preços for pequena, compensa experimentar. Os combustíveis aditivados realmente são diferenciados e geram alguns benefícios.
Além da gasolina e do etanol aditivados “na bomba”, os motoristas também ficam na dúvida sobre a eficiência dos aditivos “de garrafinha”, sempre oferecidos pelos frentistas. A lógica é a mesma: são versões concentradas que limpam e inibem a corrosão. Pode experimentar à vontade, só escolha bem a marca.
Mito 2: os aditivos aumentam a potência
O fato de um motor muito sujo perder desempenho é fonte de outro mito sobre os aditivos: de que eles aumentam a potência. É uma ilusão. Pode até haver uma pequena melhora, como consequência da limpeza realizada nos componentes internos. Mas é um processo lento e o ganho é difícil de notar.
Para aumentar a performance, o que realmente funciona são os combustíveis de alta octanagem. Mas também não são indicados para todos os carros. A maioria dos modelos nacionais usa motores sem uma preparação esportiva, que são projetados e calibrados para trabalhar com gasolina e etanol comuns.
A exemplo dos aditivos para limpeza, também existem produtos em pequenos frascos que prometem aumentar a octanagem, são conhecidos como “boosters”. Algumas marcas são sérias e o líquido funciona. Mas, como explicamos antes, se o motor do seu carro não estiver preparado, é dinheiro jogado fora.
Mito 3: o etanol dificulta a partida
Quando foram lançados os primeiros veículos nacionais movidos a etanol, há mais de 40 anos, era a pura verdade. Os motores eram complicados para ligar nos dias frios e ainda precisavam esquentar, usando o afogador, para não “morrerem” na primeira esquina. Quem descuidava da manutenção sofria bem mais!
Depois da chegada da injeção eletrônica, esse problema desapareceu. Antes de lançar um modelo novo, as montadoras chegam a testar a partida em câmaras com temperaturas abaixo de zero. Na verdade, o que existe até hoje são donos que não fazem revisões preventivas no seu carro e depois reclamam das falhas.
Nos modelos flex mais antigos, é muito importante deixar o “tanquinho” sempre abastecido com gasolina, manter a bateria e o alternador em ordem, revisar as velas e cabos, trocar os filtros nos prazos certos e checar regularmente na oficina o funcionamento dos sistemas de ignição e injeção eletrônica.
Esses mesmos cuidados valem para os veículos mais novos. A grande diferença é que a tecnologia atual trocou a injeção de gasolina na partida a frio por um sistema de aquecimento elétrico do combustível. Outra dica é sempre escolher muito bem os postos onde abastece. Com as “misturas batizadas” tudo se complica!
Mito 4: o etanol reduz o desempenho
Não é verdade, muito pelo contrário. Como o etanol tem cerca de 110 octanas (valor que indica a resistência dos combustíveis à detonação) contra 93 da nova gasolina comum, o motor de um carro flex sempre terá mais potência e torque (que podemos chamar de “força”) quando estiver abastecido com o biocombustível.
Mito 5: com o etanol eu gasto mais
Depende do seu veículo e do preço dos combustíveis por onde você roda. É certo que o consumo do motor com etanol é maior, até porque o biocombustível pode ter até 7,5% de água, conforme a legislação brasileira. Mas, em compensação, em alguns estados seu preço é bem menor do que o cobrado pela gasolina.
Se você tem um carro flex e quer economizar, o ideal é fazer um “teste real”. Encha o tanque com um combustível de cada vez e calcule as médias de consumo. Depois, considere a diferença de quilometragem e o preço da gasolina e do etanol na hora de abastecer. Com esse cuidado você estará sempre poupando.
Mito 6: nunca misture os combustíveis
É uma grande lenda que envolve os veículos flex, pode misturar à vontade! Os motores desses modelos são preparados para consumir gasolina e etanol puros ou misturados, qualquer que seja a proporção entre eles. Todas as peças suportam essa condição e a eletrônica se encarrega de realizar os ajustes.
Mito 7: abasteça primeiro com gasolina
Também dizem que, ao comprar um veículo flex novo, é preciso abastecer primeiro com gasolina. Não faz sentido. Antes de chegar até você, o carro recebeu um pouco de combustível na fábrica e funcionou várias vezes. Passou nos testes finais, foi para o pátio, subiu e desceu do caminhão, manobrou na concessionária, etc.
Mito 8: faça um “rodízio” volta e meia
Depois de tudo o que você leu até aqui, sabe a resposta para essa dúvida, não é mesmo? Não existe nenhum problema em usar um único combustível por muito tempo. Os veículos flex foram criados justamente para proporcionar essa versatilidade e economia aos donos. Fique à vontade para abastecer como quiser!
Mito 9: a manutenção é complicada
É outro engano, mas é preciso comprar as peças certas. Os modelos flex costumam ter alguns itens exclusivos, como a bomba de combustível, sensor do nível do tanque, filtros, velas, bicos injetores e até o óleo do motor. O grande problema é quando improvisam montando os componentes das antigas versões a gasolina.
Economizando de Verdade
Agora que você descobriu algumas curiosidades sobre o uso correto da gasolina e do etanol, confira umas dicas interessantes para rodar mais gastando menos:
Economia 1: o barato costuma sair caro
Alguns postos oferecem preços muito baixos para ganhar a clientela, mas costumam vender produtos de baixa qualidade. A situação mais comum é a adulteração da gasolina, que pode conter um excesso de etanol, solventes baratos ou água. Mas o biocombustível também não escapa: costuma ser “hidratado” além da conta!
Usando um combustível fora do padrão, o carro passa a andar menos, gastar mais, funciona de uma forma irregular, apresenta dificuldade na partida a frio, entre outros problemas. O pior é quando as impurezas contaminam o lubrificante. O óleo pode virar uma “gosma” e, se o motorista não perceber, acaba fundindo o motor.
Economia 2: mantenha o veículo em ordem
Para tentar economizar, muitos donos “fogem” das oficinas. Alguns só aparecem com o carro no guincho. Tentam poupar deixando de fazer uma checagem periódica no motor, não trocando as velas, os filtros ou o óleo nos prazos indicados. Ao final, gastam muito mais na hora de abastecer ou consertando quebras inesperadas.
Economia 3: sempre calibre os pneus
É um cuidado que não custa nada, mas que muita gente esquece. Consulte o manual do proprietário para saber a pressão ideal e faça calibragens periódicas antes de rodar muito com o veículo, para garantir uma maior precisão. Além de economizar no posto, você dirige melhor e aumenta a durabilidade dos pneus.
Economia 4: feche os vidros na estrada
A aerodinâmica tem tudo a ver com o consumo de combustível. Dentro da cidade, rodando devagar, não chega a fazer tanta diferença andar com os vidros abertos. Mas na estrada sim, o ideal é sempre fechar tudo. Conforme o clima, prefira ligar a ventilação, o aquecimento ou o ar-condicionado.
Economia 4: evite ficar com o motor ligado
Está parado num congestionamento? Foi buscar as crianças na escola? Espera alguém para dar carona? O ideal é desligar o carro ao notar que vai demorar um pouco para voltar a andar. Inclusive, muitos veículos atuais estão saindo de fábrica com um sistema chamado start-stop, que faz esse trabalho sozinho.
Economia 5: não dirija de forma brusca
É um vício que ainda encontramos em muitos motoristas. Quem nunca viu alguém acelerando num congestionamento, dirigindo com o motor em alta rotação sem necessidade, arrancando nos semáforos para frear em seguida? As ruas e estradas não são autódromos, ganha quem dirige com atenção e economia!
Economia 6: tire os pesos desnecessários
Se você esquece coisas no banco traseiro ou dentro do bagageiro, mude seus hábitos e deixe o carro sempre vazio. Para transportar qualquer peso extra, o motor vai consumir um pouco mais de combustível. Os “exagerados”, que andam com os porta-malas lotados, ainda reduzem a durabilidade dos pneus e amortecedores.
Como você viu, para rodar mais gastando menos, é importante conhecer melhor os combustíveis, investir na manutenção preventiva e reforçar os cuidados com o veículo. Assim você escapa das fake news automotivas, não acaba guinchado com um baita prejuízo, poupa nos postos e também na oficina.
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Muito obrigada pela explicação mesmo dirigindo a 45anos mais essas explicações sempre tem algo de proveito e curto todos os dias a sua página
Se o alcool hidratado evapora a 78,2 graus celcius porque a destilação deve ser fracionada? Não bastaria a temperatura e a área de evaporação para produzir? Com área suficiente, não bastaria a energia solar como energia para o processo? O processo de alimentação poderia ser contínuo usando apenas a densidade do alcool contido no vinho, decantando por gravidade para separar o vinhoto?
Belo post! Cheguei aqui pelo Café Brasil!
Gostaria de saber caso tenha 4 litros e meio de gasolina mais meio litro de álcool dentro do tanque de um carro que funciona a gasolina esse carro terá algum problema?
Olá!
Provavelmente não ocorrerá maiores problemas, pois nossos veículos já são preparados para este tipo de mistura, já que em nossa gasolina é permitido até 25% de etanol.
Olá!
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